menu hamburguer
imagem topo menu
logo Lance!X
Logo Lance!

Serginho Eterno: Documentos provam que zagueiro do São Caetano desconhecia risco de morte

São Paulo e Corinthians, com Edcarlos e Denílson (Foto: Reginaldo Castro/LANCE!Press)
imagem cameraSão Paulo e Corinthians, com Edcarlos e Denílson (Foto: Reginaldo Castro/LANCE!Press)
Dia 21/10/2015
18:28

  • Matéria
  • Mais Notícias

A polêmica morte de Serginho completa hoje dez anos. O zagueiro do São Caetano morreu
vítima de uma parada cardiorrespiratória sofrida aos 14 minutos do segundo tempo do jogo contra o São Paulo, em 27 de outubro de 2004, no Morumbi. Ele tinha uma doença chamada miocardiopatia hipertrófica assimétrica, que provoca a dilatação do coração. Doença, esta, que não foi detectada no exame feito pelo jogador no Incor (Instituto do Coração) em fevereiro do mesmo ano – o problema foi descoberto apenas na necropsia.

Nos exames realizados no início de 2004, Serginho descobriu uma leve arritmia cardíaca. Nada grave, tanto que os médicos liberaram o atleta para seguir jogando. No meio do ano, o defensor fez um cateterismo. Nada grave também. Ficou fora de combate por três dias, e voltou a trabalhar sem restrições.

Por que, então, o ídolo do Azulão faleceu? O LANCE!Net teve acesso a registros da época, ouviu pessoas que participaram diretamente do caso e apurou que a doença do atleta surgiu entre março e setembro. As testemunhas também afirmaram que não houve nada de anormal no dia do exame no Incor.

No primeiro prontuário, o cardiologista Edimar Alcides Bocchi, diretor do Incor, afirmou que Serginho “apresentava exame físico normal” e “eletrocardiograma compatível com coração de atleta”. Mas, 40 dias após a tragédia, o médico entrou em contradição: mostrou um novo documento em que tinha diagnosticado uma miocardiopatia, alertado cinco vezes que Serginho corria risco de morte e ainda desejado “sorte” ao jogador, já que ele não tinha seguido o conselho de se afastar dos gramados (foto abaixo).

Bocchi, por fim, voltou atrás e fechou a defesa dizendo que “o Incor nunca forneceu nada, por causa do sigilo” e que a morte de Serginho, de 30 anos, “não tinha relação com o exame feito em fevereiro”. Logo, o zagueiro e nem mesmo os médicos sabiam do problema.

– Sofri com o drama da perda de um jogador, precisei levantar a cabeça e carreguei a bandeira da verdade e da superação. Consegui levar a minha vida com dignidade – declarou Paulo Forte, médico do São Caetano, ao LANCE!Net.

Na Justiça, Edimar Alcides Bocchi e Paulo Forte foram inocentados pela morte de Serginho. Já na esfera esportiva, o Azulão perdeu 24 pontos no Brasileirão de 2004.


Mais lidas

Newsletter do Lance!

Fique por dentro dos esportes e do seu time do coração com apenas 1 minuto de leitura!

O melhor do esporte na sua manhã!
  • Matéria
  • Mais Notícias