Peritos no clássico mineiro, Nelinho e Cerezo analisam duelo decisivo de domingo
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Poucos atletas conhecem tão bem a maior rivalidade mineira como Nelinho e Toninho Cerezo. Ambos construíram histórias marcantes defendendo Cruzeiro e Atlético-MG e sabem o que representa um clássico sob a ótica dos celestes e dos alvinegros.
Experientes na rivalidade, os dois têm propriedade para analisar o jogo do próximo domingo, válido pela última rodada do Brasileirão.
Nelinho e Cerezo não veem na possibilidade de rebaixamento do Cruzeiro um grande diferencial no clima do clássico. Para eles, o jogo será disputado como outro qualquer.
- Vai ser um encontro normal, de grande rivalidade, como sempre. O Cruzeiro precisa mostrar mais do já fez e o Atlético-MG está tranquilo, relaxado. Independente da situação, é sempre um clássico e seguramente os os dois vão jogar para ganhar – disse Cerezo, acompanhado por Nelinho.
- A novidade é o Cruzeiro podendo ser rebaixado pelo maior rival. De resto, é a mesma coisa de sempre, mais um clássico. Não adianta falar que o Atlético-MG está em melhor posição ou que o Cruzeiro não está bem. Quando a bola rolar, tudo acaba e ninguém leva vantagem para dentro de campo – apontou o ex-lateral.
Nelinho minimizou a polêmica sobre o Galo dificultar o jogo para a Raposa.
- Não existe isso de facilitar ou dificultar. O Atlético-MG não vai entrar com mais vontade para derrubar o Cruzeiro. A vontade vai ser a mesma de qualquer clássico, independente do momento – disse.
- Não tenho palpite para o jogo, mas aposto que o Cruzeiro permanece na primeira divisão, mesmo perdendo – completou Nelinho.
Cerezo torce para que os times mineiros possam terminar o Brasileiro da melhor forma, mas não imagina o Galo facilitando o jogo.
- A campanha dos times mineiros foi tão fraca no Brasileirão de 2011 que nosso papel é torcer para que as equipes daqui se salvem. Mas acho muito difícil, em um clássico, que o Atlético-MG possa ceder alguma coisa para o Cruzeiro - disse, já fazendo uma previsão para a partida.
- O Atlético-MG está em uma situação de tranquilidade. Se conseguir segurar o primeiro tempo, vai obrigar o Cruzeiro a arriscar mais na segunda etapa. Com um contra-ataque muito rápido, o Galo pode levar vantagem. Vai ser uma partida dura, sem muitos gols - finalizou Cerezo.
Nelinho vive rivalidade em casa
Se Nelinho tem admiração e respeito iguais por Cruzeiro e Atlético-MG, os dois arquirrivais de Minas Gerais, o mesmo não pode se dizer sobre toda sua família. As três filhas do ex-lateral são torcedores do Atlético-MG e estão ansiosas para ver o Cruzeiro rebaixado para a segunda divisão.
- Minhas três filhas são atleticanas e pensam igual à torcida alvinegra inteira: elas querem ganhar do Cruzeiro, para que ele seja rebaixado – confessou Nelinho.
No entanto, o ex-jogador e sua esposa estão torcendo pela salvação da Raposa. A diferença cria uma imensa rivalidade dentro de casa, mas nada que afete a cabeça de Nelinho, que se mantém firme na torcida pela permanência do Cruzeiro na primeira divisão.
- Eu e minha esposa, que é cruzeirense, não pensamos como nossas filhas. Se o Atlético-MG estivesse na mesma situação do Cruzeiro, íamos apoiá-lo do mesmo jeito – explicou o ex-lateral, que se diz um torcedor do futebol mineiro como um todo.
- Acima do amor pelos dois clubes, temos que pensar em Minas Gerais. É importante para o estado que o Cruzeiro fique na primeira divisão, pois valoriza o Campeonato Brasileiro – completou.
Cerezo sobre 1994: 'Não fiquei marcado'
Cria da base atleticana, Toninho Cerezo teve papel de protagonista em um dos momentos mais complicados da história do Cruzeiro. No Brasileirão de 1994, a Raposa chegou à última rodada precisando de uma vitória para escapar do rebaixamento, como neste ano.
Contra o União São João, fora de casa, a Raposa saiu perdendo por 2 a 0, mas conseguiu a virada. O gol decisivo foi marcado justamente por Cerezo, de peixinho.
Mesmo sendo um dos grandes ídolos da história do Galo, Cerezo que nunca se sentiu marcado por ter sido o salvador celeste.
- Nunca fui perseguido ou fiquei marcado pelos atleticanos, muito pelo contrário. Aquele gol demonstrou para todos o respeito que sempre tive pela minha profissão - comentou.
- Eu fui criado dentro da base do Atlético-MG para ganhar, sob qualquer circunstância. Naquela época eu estava defendendo as cores do Cruzeiro e aquele gol valeu muito, porque salvou o clube – completou o ex-meio-campista.
Em tom de brincadeira, Cerezo lamentou o fato de que neste ano não poderá ajudar a Raposa.
- Infelizmente agora não estou mais jogando... O cruzeirense então tem que rezar muito – brincou.
Frases dos craques
"Esses dias fui em uma peixada na casa de um cruzeirense, com outros atleticanos na turma. Levei uma camisa escrito: 'agora rezem bastante porque o Cerezo não está mais'. Infelizmente agora não estou mais jogando" - Toninho Cerezo
"Quem gosta do bom futebol, vai torcer pelo Cruzeiro. É um clube de tradição e glórias, que engrandece o Brasileirão. Torço para o Cruzeiro não cair, como estava torcendo também para que o Atlético-MG" - Nelinho
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