Investimento pesado no esporte paraolímpico brasileiro

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Com a maior delegação já enviada para uma edição de Jogos Parapan-Americanos e a meta de se manter no topo do quadro de medalhas, o Brasil chega a Guadalajara turbinado pela criação do Time São Paulo Paraolímpico. Assinado em convênio entre o governo paulista e o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), o projeto é formado por 25 atletas e tem investimento inicial orçado em R$ 3,5 milhões. O contrato vai até dezembro de 2012, mas pode ser prorrogado até 2016.
– Sempre tivemos um bom relacionamento com o governo de São Paulo. Já organizamos por duas vezes as Paraolimpíadas Escolares no estado. Foi um acerto muito rápido e trata-se de um investimento importante. Vai ajudar a atingirmos nossa meta de sermos 7 na Paraolimpíada de Londres-2012 e o 5 no Rio-2016 – disse o presidente do CPB, Andrew Parsons, em entrevista ao L! na vila parapan-americana.
A criação do time paraolímpico acabou acertada antes mesmo da oficialização do time olímpico de São Paulo. Entre os muitos benefícios do projeto paulista, está o pagamento de altos salários ao atletas escolhidos em comum acordo entre o governo e o CPB. O L! apurou que os valores chegam a R$ 25 mil mensais.
– O investimento é todo do governo. Os salários estão entre os melhores do mundo no esporte paraolímpico, mas não acreditamos somente em dinheiro no bolso. Tem a contratação de comissão técnica, compra de equipamentos e custeio de viagens internacionais. Queremos dar melhores condições de vida, mas também uma boa preparação para as competições – afirmou Parsons.
Sobre as constantes mudanças que ocorrem na política, o presidente do CPB disse não acreditar em cancelamento do projeto em caso de mudança de partido no governo de São Paulo. Segundo ele, faz parte do trabalho da entidade lidar com as mudanças. Tudo será sempre negociado com quem estiver no cargo.
Novo integrante do projeto paulista, o nadador Daniel Dias também não acredita em um cancelamento do projeto no futuro. De acordo com o atleta, os pensamentos estão voltados para 2016 e tomar tal atitude seria ruim para a imagem da cidade.
– Acho que foi uma evolução no esporte. Eu espero que esse incentivo seja o pontapé inicial para melhorar a vida dos atletas brasileiros – disse o medalhista paraolímpico.
Daniel, assim como alguns outros competidores, teve de deixar o Instituto Superar, ONG que investe no esporte paraolímpico, para assinar com o time paulista. O nadador integrava a ONG desde a sua criação, em 2007.
– Como eu moro em Bragança Paulista, preferi ficar perto de casa, de onde eu treino – disse o atleta.
O CPB espera, agora, anunciar a criação de outros times. O próximo deve ser o do Rio de Janeiro.
O Time São Paulo:
Esportes e atletas:
Atletismo, natação, judô, bocha, vela, remo, canoagem, ciclismo e tênis de mesa. Destaques para os nadadores Daniel Dias e Andre Brasil, o judoca Antônio Tenório e os corredores Terezinha Guilhermina e Odair Santos. Juntos, os 25 atletas escolhidos representam 60% das medalhas conquistadas em Pequim-2008.
O que o convênio prevê:
Ajuda de custo para atletas e treinadores, suporte para aquisição de equipamentos e gastos com viagens. Quando não estiverem com a Seleção, os atletas defenderão clubes paulistas.
Capacitação:
O convênio prevê a capacitação de 4 mil professores de educação física da rede pública estadual.
Números:
222
atletas
tem a delegação brasileira no Parapan. É maior até do que a do México, com 209.
25
atletas
integram o Time SP. Só seis não estão no México. Mas remo, vela e canoagem não estão no programa.
228
medalhas
o Brasil conquistou no Rio-2007 para ficar no topo do quadro. Foram 83 ouros, 68 pratas e 77 bronzes.
117
medalhas
os EUA ganharam no Rio para ficarem com o vice: 37 ouros, 44 pratas e 36 bronzes.
*O repórter viaja a convite do CPB
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