menu hamburguer
imagem topo menu
logo Lance!X
Logo Lance!

‘7 a 1 fez Barbosa descansar em paz’, diz filha do ex-goleiro, um ano depois

Dia 01/03/2016
00:22

  • Matéria
  • Mais Notícias

Um ano se passou desde a maior surra do Brasil em Copas do Mundo. Outros 65 anos se passaram desde a primeira derrota mais traumática - a da final da Copa de 1950. Colocando na balança o que aconteceu nos últimos 365 dias, uma pessoa que conheceu de perto os reflexos do tropeço na decisão do primeiro Mundial em solo brasileiro vê, com goleada da Alemanha no Mineirazo de 2014, um sentimento de mudança em relação àquele que foi taxado como o maior culpado pelo Maracanazo, o goleiro Barbosa.

- Acho que mudou muito. A imagem é outra. O 7 a 1, que infelizmente aconteceu, fez o Barbosa descansar em paz - analisou Tereza Borba, filha do já falecido goleiro da Seleção Brasileira.

Segundo Tereza, que vive em uma saga constante para honrar a memória do pai e tentar tirar dele, mesmo depois de morto, o estigma de vilão, os protagonistas do 7 a 1, apesar de terem gerado mais respeito por Barbosa, não chegaram nem perto de sofrer o que o goleiro passou.

- Hoje os tempos são outros. Ninguém foi massacrado como o Barbosa foi. Com a modernidade, há mais coisas para distrair as pessoas. Antigamente, o assunto era só a Copa. Enxergo muita diferença em relação aos jogadores. Hoje em dia, não têm identificação com clube, ninguém esquenta a cabeça em vestir a camisa. Para eles, se perder é uma pena. Mas continua a mesma coisa. Pega jatinho, vai para lá e para cá. Com Barbosa, depois da derrota, foi ônibus rumo a Ramos - disse ela.


(Tereza, em frente à Arena Corinthians, antes da abertura em 2014)

Tereza, no entanto, ressalta que não torceu contra o Brasil na fatídica semifinal de 8 de julho de 2014.

- Eu queria que o Brasil ganhasse, não foi legal. O país perdeu duas vezes. Não queria que eles passassem pelo que o Barbosa passou. Ele foi bode expiatório. Eu passei mal vendo o jogo. Depois do terceiro gol, parei de ver. Bloqueou tudo. Não consegui ver até hoje. O Daniel Alves me prometeu que se vencesse seria em homenagem ao Barbosa. Eu fiquei bem mal - confessou ela.

Mesmo com o crescimento do respeito por Barbosa, a filha do goleiro ainda sente falta de apoio por parte de uma entidade em especial:

- Acho uma falta de respeito da CBF. Eu tento tirar esse estigma. O Barbosa foi campeão Sul-Americano de 1949, ganhou um monte de coisa, não caiu da Seleção de paraquedas. O Jô Soares, que tinha 12 anos em 1950, diz até hoje que o Barbosa não teve culpa. Mas a CBF não apoia. Acho que ela não faz nada para mudar isso.

  • Matéria
  • Mais Notícias