Nadal: ‘Em relação aos títulos, Djokovic é o melhor da história’

Espanhol quer jogar com Alcaraz na Olimpíada de Paris nas duplas

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Nadal em sua academia / Crédito: Reprodução Redes Sociais

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Em uma densa entrevista ao Diário espanhol AS, Rafael Nadal voltou a falar do processo de recuperação e comentar sobre Novak Djokovic. Para ele, em termos de números, Nole é o maior da história.

Sobre a recuperação da cirurgia no quadril, Nadal pontuou: "Gosto de ser cauteloso. Dizem que deu tudo certo, mas olha, já vivemos muitas. A realidade é que gosto de ser cauteloso e esperar para ver se quando os prazos que em teoria têm de ser cumpridos forem cumpridos e tudo estiver bem, estou como todos esperamos que esteja. Refiro-me aos médicos, à minha equipe e a mim mesmo. Por enquanto parece que tudo correu bem, mas foi uma operação importante e a verdade é que é preciso ter um pouco mais de paciência. Ando com pés de chumbo, bem devagar tentando assimilar as coisas que vamos fazendo no dia a dia", destacou o atleta que comentou o que vem fazendo de quadra e físico: "Sim, estou todos os dias com a equipe, treinando pouco tênis, mas trabalhando muito na academia e na reabilitação, muitos dias fazendo sessões duplas de manhã e à tarde. De manhã, mais quadra e à tarde, um pouco mais de trabalho aeróbico. No final é hora de fazer um esforço, muitas vezes sem ver resultados imediatos. Eu sei como isso funciona. Mas confiando que em dois meses as coisas mudarão radicalmente e que terei a oportunidade de me preparar como gostaria para o próximo ano.

Nadal está convencido que 2024 será seu último ano, mas deixou as portas abertas para seguir: "Acho que será meu último ano. Estou bastante convencido. Embora, ao mesmo tempo, neste momento, no final de setembro, eu não saiba. O que pode acontecer? Se de repente as coisas estão funcionando muito bem, me sinto bem fisicamente, minha cabeça geralmente funciona. Se me sinto competitivo e gosto do que faço, por que me limitaria? Não posso dizer 100%. Como eu acho que será meu último ano? Estou dizendo, acho que será meu último ano. O que será 100%? Também não posso dizer com certeza porque as coisas sempre podem acontecer e eu não quero dizer uma coisa 100% e aí eles dizem, você disse tal coisa, porque eu não tenho 100% de certeza. Agora, se eu tivesse que apostar, diria que é meu último ano."

Ele foi questionado se sabia do risco de voltar igual a Andy Murray que operou o quadril e não consegue vencer mais títulos importantes: "Nao para nada. Eu assumi isso. É o que há. Estou muito ciente disso. No momento isso não está na minha cabeça, apenas me colocar em uma situação onde eu possa treinar e atingir um nível competitivo para poder jogar no circuito. Este é o meu sonho atual, entrar numa quadra de tênis e sentir que posso jogar competitivamente. Este é o primeiro objetivo. Depois você nunca sabe. No final, estou ciente. Se eu estou lá só para isso, para entrar em quadra e sentir que só vou sair para ser minimamente competitivo, para não fazer bagunça e tal, então não vou jogar muito. Estarei nos poucos torneios dos quais tenho vontade de me despedir. Outra coisa é que me sinto forte e competitivo para aspirar a coisas que realmente me entusiasmam, então a abordagem será diferente. Mas não posso saber disso agora. Tenho minhas diferentes opções abertas e dependendo de como me sinto, aplicarei uma ou outra. Também existe a possibilidade de eu não me recuperar e não voltar a jogar. Espero que não, mas é preciso ser realista, conhecer a dificuldade em que se encontra hoje e vivê-la com naturalidade. Sempre pensando que já foram muitos anos de carreira e que muitas coisas boas aconteceram comigo. Agora é hora de fazer isso e também sem mais frustrações do que o necessário".

Sobre Jogos Olímpicos, Nadal ressalta o desejo de jogar duplas com Carlos Alcaraz: "Quanto aos Jogos, a nível pessoal, gostaria de jogá-los mais uma vez. Todo mundo sabe que sempre fui um amante da Olimpíada. Vivi momentos incríveis de convivência, de ver o que é o esporte em sua pura essência. Quanto ao fato de jogar duplas com o Carlos, não tive a menor conversa com ele a esse respeito. Mas também gostaria e seria uma boa motivação, mais um incentivo para eu poder fechar o meu ciclo olímpico jogando com o Carlos, com tudo o que ele está conquistando, com os jovens e com o grande futuro que tem pela frente."

Ele comentou mais sobre Alcaraz e a capacidade do compatriota que venceu Wimbledon: "Acho que Carlos está pouco surpreso com o que pode fazer. Ele foi o número um do mundo até recentemente. E embora seja muito jovem, neste momento, praticamente, o único rival que vejo para ele é Djokovic. Ele está um passo acima dos outros. Minha sensação de fora do circuito é que quando ele joga os jogos normalmente dependem dele 90% dos dias. Nesse sentido, penso que o que aconteceu em Wimbledon não me surpreende, e que não é surpreendente, significa o quão bom o Carlos é e nesse caso tudo o que o nível que ele tem implica. A realidade é que é uma notícia fantástica para o esporte e para o tênis ter alguém como ele, que está a fazer o que está a fazer e, ainda por cima, com tanto tempo pela frente."

Ao ser perguntado sobre Novak Djokovic que escapou com 24 Grand Slams contra 22 dele, Rafa pontuou: "Acredito que números são números e estatísticas são estatísticas e, nesse sentido, acho que ele tem números melhores que os meus e isso é indiscutível. Não deixo cair nenhum anel nem tenho um ego grande o suficiente para tentar disfarçar uma realidade que não o é. Esta é a verdade. O resto são gostos, inspirações, sensações que um ou outro pode te transmitir, que você pode gostar mais de um ou de outro. Acho que em relação a títulos, Djokovic é o melhor da história e não há o que discutir sobre isso. Então, como sempre, todos podem combinar a história como quiserem, dizendo que sofri muitas lesões. Azar para mim ou azar de ter meu corpo assim. Ele teve outro e de certa forma isso também faz parte do esporte. Parabenizo ele por tudo que está conquistando e isso não me causa nenhum tipo de frustração. Já disse isso quando fui quem ganhou mais Slams, disse quando estávamos empatados e digo agora que estou atrás. Não serei eu quem tentará, através de uma luta pessoal, querer ser o que não sou. O que é, é e o que não é, não é. Digo isso muito satisfeito com tudo que fiz."

Sobre o futuro, Nadal respondeu se seria treinador: "Perguntam-me coisas sobre o futuro que não posso responder, nem dizer uma coisa ou outra. Porque o futuro muitas vezes é incerto e também não perco de vista que tenho uma academia onde vêm os jogadores e gosto de desporto em geral. Gosto de tênis, então não posso dizer que não vou beber essa água, que não vou ser treinador. Não me vejo fazendo um calendário completo no circuito, é praticamente impossível. Agora, daqui a algumas semanas, poder ajudar alguém ou poder passar algum tempo com um jogador, bom, porque não amanhã. Não hoje, mas amanhã quem sabe".

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