Atentados fazem Wimbledon ter nível inédito de segurança

As filas são parte famosa do torneio de Wimbledon, que começa na próxima segunda-feira, em Londres (ING). Para conseguir um ingresso e ver os jogos de um dos quatro principais torneios de tênis do mundo, fãs chegam a passar a noite à espera de uma senha. Este ano, porém, a paciência terá de ser ainda maior. O aumento da rigidez com a segurança, resultado dos recentes ataques terroristas no Reino Unido, deve fazer com que o acesso ao The All England Club, no sudoeste da capital inglesa, seja ainda mais demorado.

Segundo a organização do torneio, policiais armados estarão "altamente visíveis" dentro do complexo de quadras, algo raro em Londres, e os torcedores devem se preparar para buscas detalhadas dentro de mochilas e bolsas e para minuciosas revistas pessoais.

"O nível de segurança e policiamento é compatível com as ameaças e, como era de se esperar, teve de ser elevado neste ano" informou a organização.

A Inglaterra enfrentou três ataques terroristas promovidos por extremistas muçulmanos nos últimos três meses, dois em Londres e um em Manchester, que deixaram ao menos 40 mortos. No último dia 19, um inglês promoveu um ataque contra muçulmanos perto de uma mesquita no norte da capital, entendendo que estava se vingando.

As questões de segurança afetam também a rotina de jogadores. Número 6 do ranking de duplas e um dos favoritos ao título em Wimbledon, o brasileiro Bruno Soares afirma que se comportará de forma diferente este ano.

– Eu tenho um pouco de receio, sim. Eu evito pensar demais nisso, mas tenho evitado ir a locais muito turísticos, só vou se é necessário – disse ao LANCE! o parceiro do inglês Jamie Murray.

– Antes eu ia dar uma volta, tomar um café. Agora estou evitando – completa o tenista mineiro, que diz ter recebido um e-mail da organização com informações sobre protocolos de segurança.

Outro brasileiro que que está entre os favoritos ao título de duplas, Marcelo Melo, número 3 do ranking, não tem a preocupação do colega.

– Vou seguir a mesma rotina que sempre tive em Londres. Os ataques foram fatos isolados – afirmou o ex-número 1 do mundo.

Com a briga pela liderança do ranking pegando fogo, Wimbledon terá este ano olhos não apenas para as quadras, mas para fora delas. E a esperança de que o esporte seja a única notícia nas próximas duas semanas.