Túlio lembra ‘mãozinha’ em Brasil x Argentina e ‘corneta’ atual Seleção

Ao LANCE!, camisa 9 lembra sua ajeitada com o braço que abriu caminho para a classificação na Copa América de 1995 e questiona força ofensiva de comandados de Tite

Túlio foi lançado na partida no lugar de Leonardo
Túlio - Copa América 1995 (Reprodução)

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A expectativa por mais um capítulo da rivalidade entre Brasil e Argentina também ronda quem já usou uma forma controversa para entrar na história do confronto. Responsável por dar "uma mãozinha" na classificação da Seleção Brasileira no embate das quartas de final da Copa América de 1995, Túlio Maravilha lembra ao LANCE! como foi a célebre jogada gol do empate em 2 a 2, que levou o jogo para os pênaltis:

- Aquilo foi instinto de artilheiro, de dar uma ajeitadinha e depois ir com gana para, numa fração de segundos, tocar na saída do goleiro. 

A Seleção Brasileira vinha perdendo por 2 a 1 o embate em Rivera (URU) quando Jorginho alçou para a área. O camisa 9 ajeitou a bola com o braço e, enquanto a zaga argentina ficou parada, ele tocou na saída do goleiro Cristane. 

- O Maradona não tem "la mano de Diós"? Essa foi "la mano de Túlio"! Mas muita gente fala desta jogada e esquece do mais difícil dela: da frieza, do toque que dei por cima do goleiro, que é coisa de quem tem faro de gol...

Alheio às reclamações dos argentinos, o artilheiro saiu para comemorar no banco de reservas da Seleção Brasileira. Enquanto  isto, os "hermanos" se queixavam com o árbitro Alberto Tejada (PER), que rebatia ao dizer que Túlio "matou" a bola no peito.

- Não tinha árbitro de vídeo na época, né? Aí, depois que fiz o gol, fui correndo para comemorar, nem olhei para o bandeira.

Passados 24 anos e presenciando a primeira edição da Copa América no qual a arbitragem conta com o auxílio do VAR, o ex-jogador reconhece:

- É, com certeza seria anulado o meu gol hoje. Mas também seria anulado o do Maradona na Copa do Mundo em 1986. Muitas histórias do futebol iam mudar...

AS LEMBRANÇAS DE RIVERA

Túlio Maravilha - Brasil x Argentina - gol
'Muitos falam do braço, mas esquecem do toque que dei na saída do goleiro, da frieza que tive' (Reprodução / YouTube)

As memórias de Túlio sobre o clássico disputado em Rivera vão muito além do inusitado gol no finzinho da partida. Aos seus olhos, aquela Seleção Brasileira (que iria à final da Copa América, mas perderia o título para o Uruguai nos pênaltis) trazia grandes nomes:

- Ah, era boa parte do time que foi tetracampeão. Tinha o Taffarel, Jorginho, Dunga, Zinho, mas estava mesclado com muita gente surgindo em grande fase. Tinha o Sávio, Roberto Carlos, o Edmundo, o próprio Beto, que na época jogava comigo no Botafogo...

A tensão e a rispidez também fazem parte das lembranças de Túlio:

- A Argentina era muito forte, chegou a ficar duas vezes na frente do placar. E estava um jogado muito pegado, o Simeone dando carrinho toda hora, depois veio o Ayala, também batendo forte. A gente batalhando, mas a porrada vinha para tudo que é lado.

Em seguida, o então atacante recordou seu momento de entrar em campo. O atacante substituiu Leonardo:

- Quando o Zagallo me chamou, disse: "Túlio, entra e faz o que você sabe fazer. Tenta pegar também a segunda bola". Aí, depois que veio a jogada e fiz o gol, conseguimos levar o jogo para os pênaltis. Fomos muito bem, converti também minha cobrança e nos classificamos.

Coube a Taffarel brilhar na disputa de pênaltis (após ter falhado em um dos gols na partida). O camisa 1 defendeu as cobranças de Simeone e Néstor Fabbri. No Brasil, à exceção de André Cruz, que parou nas mãos de Goycochea, Roberto Carlos, o próprio Túlio, Dunga e Edmundo foram bem e garantiram a classificação com vitória por 4 a 2.   

TÚLIO VÊ SELEÇÃO ATUAL FAVORITA, COM RESSALVA: 'FALTA QUEM DECIDA LÁ'

Túlio - Copa América 1995 (Reprodução)
'O Everton pode fazer diferença, mas joga muito pelos lados' (Reprodução)

Agora acompanhando a Seleção Brasileira como torcedor, Túlio Maravilha faz uma crítica à lista de comandados de Tite nesta Copa América:

- Olha, está legal do meio para trás. Mas está faltando um cara que decide, como eu fui, o Ronaldo, Romário, Bebeto... Tem muito toquinho para cá e para lá, sem objetividade - e, em seguida, complementou:

- O Everton "Cebolinha" é um cara que pode fazer a diferença, mas joga demais pelos lados. Não fica como homem de área.

Mesmo assim, o ex-atacante aposta em um favoritismo brasileiro no duelo das semifinais no Mineirão:

- Ah, sim, o Brasil é favorito. A Argentina está dependendo demais do Messi. Jogadores Agüero, Di María, não estão em um bom momento.

Em relação a Lautaro Martínez, artilheiro no comando de Lionel Scaloni Túlio foi taxativo:

- Ele está com sorte, a bola está batendo na canela e entrando. Mas ainda acho que a Seleção Brasileira tem condições de vencer.

Palavra de quem já soube ser decisivo em um Brasil e Argentina.

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