Palmeiras campeão paulista de 1993: 30 anos do título que mudou para sempre o Dia dos Namorados alviverde

Nesta segunda-feira (12), clube celebra o aniversário da conquista histórica que tirou o palmeirense da incômoda fila

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Palmeiras homenageou os heróis do título de 1993 em uma cerimônia no Allianz Parque (Foto: Mauricio Rito/Palmeiras)

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Nesta segunda-feira (12), brasileiros e brasileiras comemoram o Dia dos Namorados, quer dizer... brasileiros e brasileiras que não são torcedores do Palmeiras. Para o palmeirense, desde 12 de junho de 1993, essa data não é mais somente para presentear parceiros e parceiras, mas principalmente para celebrar o aniversário do título paulista de 1993, considerado por muitos o maior da história do clube, que naquela época vivia um longo jejum de taças. Quem não viveu naquela época e tem se acostumado a esta fase atual, não tem ideia do que foi aquela conquista.

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É importante contextualizar aquele momento. Imagine você que o torcedor alviverde estava sedento por um título. O último havia sido em 1976, ao levantar a taça do Paulistão. Quando entrou em campo naquela final contra o Corinthians, no Morumbi, o time carregava nas costas um jejum de 16 anos sem gritar "é campeão", além de um histórico de fracassos em decisões, como o vice para a Inter de Limeira em 1986 e o vice para o São Paulo em 1992. Situações traumáticas que a torcida e os rivais não tiravam da cabeça.

Mas 1993 era um ano diferente, com caras diferentes, resultados diferentes e realidade financeira diferente. Em 1992, o clube firmou uma parceria com a Parmalat, gigante alimentícia italiana que resolveu apostar no futebol do Palmeiras injetando dinheiro e grandes jogadores. No primeiro ano, a empresa trouxe nomes como Zinho e Mazinho, que ainda não haviam conseguido alcançar o tão sonhado título. No ano seguinte, porém, a artilharia veio pesada, trazendo reforços como Edmundo, Edílson e Roberto Carlos.

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Apesar de falarmos da conquista celebrando aquele grande time e aqueles grandes jogadores, a verdade é que o Verdão oscilou bastante no estadual, trazendo para o presente várias memórias preocupantes de anos anteriores. "Será que vamos ficar na fila de novo?", pensava o palmeirense. Isso aconteceu até que o jovem treinador Vanderlei Luxemburgo assumiu o comando da equipe, fazendo com que aquelas peças estreladas funcionassem coletivamente e encaminhassem uma vaga na decisão estadual.

No entanto, engana-se quem pensa que o caminho foi de flores até o Alviverde levantar a taça. No primeiro jogo da decisão (domingo, 6 de junho de 1993), contra o Corinthians, o baque no palmeirense veio logo aos 13 minutos do primeiro tempo, quando Neto cobrou falta e Viola, no segundo pau, se esticou para abrir o placar diante de 93 mil pessoas no Morumbi. Mais uma vez o torcedor sentia os sinais dos fracassos anteriores assombrando o sonho da quebra do jejum. Para completar, o jogador corintiano fez questão de imitar o "porco" na comemoração.

Aquele gol acabou sendo o único da primeira partida da final, mas que gerou combustível suficiente para o elenco do Palmeiras ser preparado psicologicamente para a partida de volta, que aconteceria no sábado seguinte, exatamente o 12 de outubro, Dia dos Namorados. Luxemburgo e sua comissão técnica trabalharam o mental daquele time durante todo esse período que antecedeu a entrada em campo, inclusive utilizando a provocação de Viola como elemento motivador.

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Em campo, um Palmeiras muito superior tecnicamente ao adversário, mas altamente pressionado pelo peso dos 16 anos sem títulos e uma derrota na primeira partida. Ainda que o Verdão estivesse criando chances, o primeiro gol saiu somente aos 36 minutos, com Zinho, o que garantia a ida para a prorrogação, conforme previa o regulamento. O jogo era nervoso, e contou com três expulsões antes de o placar ser mexido novamente: Henrique e Ronaldo (goleiro) pelo lado do Corinthians, e Tonhão pelo lado alviverde.

Com um a mais em campo, o Verdão ampliou o placar com gols de Evair e Edilson, embora o saldo de gols não interferisse no destino da decisão, que seria a prorrogação. Mas para não haver dúvidas e não dar "sopa para o azar", aqueles dois gols ajudaram a deixar o torcedor mais tranquilo, algo quase impossível de acontecer. No tempo extra, o Palmeiras ainda tinha a vantagem do empate, mas ninguém queria dar tanto espaço para o pior acontecer. Foi aí que Evair, "O Matador", cobrou o pênalti mais importante de sua vida, talvez da história do clube, que garantiu o 1 a 0 no placar e o título paulista de 1993.

O torcedor do Palmeiras de hoje em dia, principalmente aquele que não viu 1993 ou que está tendo o privilégio de acompanhar conscientemente o futebol nesta atual fase, não tem a menor ideia da comoção que foi aquele dia 12 de junho de 1993. Se vencer o Flamengo na final da Libertadores foi incrível, se o pênalti de Prass em 2015 foi surreal, pode colocar essa sensação multiplicada a mil, ou um milhão. Nenhuma dessas conquistas terá o peso de 16 anos sem gritar "é campeão", ainda mais diante do maior rival e para mais de 100 mil pessoas no Morumbi. O renascimento de um gigante acontecia ali e o Dia dos Namorados não teria mais como ser o mesmo depois de tudo aquilo.

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