Robert Scheidt volta à classe Laser e vai brigar por vaga em Tóquio-20

Em busca da sexta medalha olímpica, velejador e maior medalhista do Brasil nos Jogos confirmou retorno às competições de Laser para buscar uma vaga na equipe brasileira

Robert Scheidt escolheu o Yacht Club Santo Amaro, em São Paulo, onde iniciou a carreira na vela, para fazer o anúncio do retorno
Robert Scheidt fez o anúncio do retorno no Yacht Club Santo Amaro, em São Paulo, onde iniciou carreira (Divulgação)

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Pouco mais de um ano após anunciar a aposentadoria das regatas em Olimpíadas, o supercampeão Robert Scheidt reencontrou, aos 45 anos, motivação para iniciar uma nova campanha, desta vez visando os Jogos de Tóquio, em 2020, no Japão. Dono de cinco medalhas olímpicas, sendo duas de ouro, ele anunciou nesta terça que está de volta às competições.

- Ainda me sinto competitivo e ainda adoro velejar - disse ele que, se atingir seu objetivo, será o recordista brasileiro em participações em Olimpíadas, com sete no currículo.

- A partir de 2018, quando voltei a fazer alguns treinos no Laser, no Lago Di Garda (na Itália, onde mora com a família), junto com velejadores italianos e alguns estrangeiros, senti que ainda era bem competitivo, com um bom nível de energia física. Comecei a pensar que talvez existisse a possibilidade de tentar mais um ciclo olímpico. Depois disputei a Copa Brasil (foi vice-campeão). Mas a definição veio da minha vontade de tentar mais uma vez, provavelmente a última possibilidade que terei de buscar uma Olimpíada. A vontade de me superar, de atingir esse objetivo falou mais alto - explicou Scheidt.

Robert vai em busca da sexta medalha olímpica, a quarta na classe Laser, na qual acumula dois ouros (Atlanta/1996 e Atenas/2004) e uma prata (Sidney/2000). Mas garante que pensa em um passo de cada vez.

- O primeiro objetivo é conseguir a vaga para representar o Brasil na Olimpíada. Esse é o meu foco agora. Hoje, não estou pensando em Tóquio. Penso em velejar melhor, entrar em ritmo na Laser para buscar a classificação - garante o maior medalhista olímpico da história do Brasil, com cinco pódios (além das medalhas na Laser, ele tem prata e bronze na Star). 

Para aprimorar seu ritmo, Scheidt já definiu o calendário de competições internacionais para o primeiro semestre. O giro europeu começa com o Troféu Princesa Sofia, a partir de 29 de março, em Palma de Mallorca, na Espanha. Depois, em abril, segue para Hyères, na França, para o Campeonato Europeu. Na sequência, ele segue para o Japão a fim de disputar o Mundial do Japão, a partir de 3 de julho.

- O objetivo é evoluir a cada competição. Diferentemente da campanha para o Rio-16, iniciei o ciclo olímpico mais tarde. Falta apenas um ano e meio para Tóquio e, por isso, minha preparação terá que ser mais seletiva em relação ao número de competições e intensidade de trabalho.

Além dos aspectos técnicos, táticos e ritmo de velejada, a preparação física tem parte fundamental na classe Laser.

- Cuidar bem da parte física e tomar cuidado com o risco de lesões serão fatores importantes. Terei bastante cuidado com o volume de treino, buscando mais a qualidade do que a quantidade e respeitando o tempo de repouso. Tentarei ao máximo administrar as dores e evitar me machucar nesse caminho. Vamos torcer para não sofrer nenhuma lesão grave, que me impeça de participar de competições - avalia o velejador, que terá 47 anos em 2020.

- Se por um lado enfrentarei atletas mais jovens, terei a experiência a meu favor. Uma campanha olímpica envolve muita pressão. E já ter passado por isso muitas vezes é um fator que me ajuda.

QUEM É ROBERT SCHEIDT

Cinco medalhas:
Ouro : Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na classe Laser)
Prata : Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze : Londres/2012 (Star)

180 títulos - 88 internacionais e 92 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos em 2016. Em novembro de 2017, pela Star, conquistou a Taça Royal Thames e, no último domingo, o Paulista de Star.

Laser
- Onze títulos mundiais - 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
- Três medalhas olímpicas - ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000

Star
- Três títulos mundiais - 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
- Duas medalhas olímpicas - prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012

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