NFL com Lacalle: a chance para marcar Touchdown no Brasil apareceu e é preciso ser rápido
A NFL entrou com capacete cheio de oportunidades no Brasil, mas é preciso saber usar

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Quando a NFL anunciou que realizaria um jogo oficial no Brasil, em 2024, o país fez barulho. Literalmente. Influenciadores celebraram, páginas especializadas colapsaram (de felicidade), e os ingressos evaporaram mais rápido que técnico brasileiro após goleada na Copa do Mundo. A pergunta agora é: isso é só um hype passageiro ou a liga mais poderosa dos Estados Unidos realmente encontrou terreno fértil no nosso solo?
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Spoiler: é mais oportunidade do que aposta. Mas existem nuances.
O futebol americano já não é mais aquele esporte de nicho consumido por meia dúzia de viciados em Madden, o jogo de videogame da NFL. A audiência brasileira da liga cresceu para um total maior de 41 milhões de fãs declarados, segundo o IBOPE. E agora estão começando a operar com escritório fixo na América Latina (mais precisamente, onde? no Brasil) e investe ativamente em ações de engajamento. Em 2023, mais de 2,5 milhões de brasileiros assistiram ao Super Bowl, de acordo com a Kantar IBOPE Media - um recorde nacional.
Além disso, o Brasil lidera o consumo de NFL nas redes sociais, fora dos Estados Unidos, segundo dados da própria plataforma. No TikTok e Instagram, por exemplo, ultrapassam 1 milhão de seguidores em cada. A juventude brasileira aprendeu que os lances que vêm de uma bola oval são emocionantes e percorrem o mundo inteiro.
Para as marcas que desejam atingir uma audiência jovem, conectada e altamente engajada, a NFL representa uma avenida aberta com pouco trânsito - ainda. Diferente do futebol tradicional, onde os patrocínios já estão inflacionados e a concorrência por espaço é brutal, o futebol americano oferece uma vitrine mais limpa, onde quem entra primeiro bebe água gelada - e aparece nos Reels com mais frequência, para um público seletivo.
Um exemplo claro foi o Super Bowl LIX, onde marcas como O Boticário, New Era, Budweiser, Perdigão e muitas outras, criaram ativações específicas para o público brasileiro. Todas tiveram retorno positivo, com crescimento de até 28% em interações nas redes sociais, segundo dados da Comscore.
O público da NFL no Brasil é fiel, apaixonado e - o que interessa ao board da empresa - consome é fiel a quem se vincula à liga. Produtos licenciados da competição no Brasil cresceram, conforme relatório da New Era, principal fornecedora de bonés da NFL no mundo. Os fãs compram camisa, copo, adesivo, almofada, carne para o churrasco de domingo e até fazem draft de Fantasy mais disputado que reunião de pauta na firma. Eu, particularmente, me dedico para vencer minhas competições tanto quanto fazer um bom trabalho, na semana.
E se você pensa que é um público pequeno, saiba que o Brasil já é o segundo maior mercado internacional da NFL, atrás apenas do México. E o principal fator para os mexicanos estarem na nossa frente é o fato da TV Aberta transmitir jogos a rodo para toda a população que passa a aprender e gostar de futebol americano, por meio da TV Azteca e Televisa.
Claro, nem tudo são touchdowns. O O calendário esportivo é lotado, o poder aquisitivo da população tem oscilado mais que Kicker em dia ruim, e a cultura da bola oval ainda enfrenta resistência fora dos grandes centros urbanos.
Além disso, o público da NFL por aqui é digital, mas não necessariamente massivo. As ativações precisam ser criativas, autênticas e bem localizadas. Repetir o modelo americano sem tropicalização é pedir para tomar um sack na própria endzone.
A NFL no Brasil é uma baita oportunidade para marcas, criadores e imprensa. Mas não serve para quem espera retorno imediato ou quer só aparecer em momento pontual. É jogo para quem entra com estratégia, ativações relevantes e paciência de campanha. As marcas que entenderem isso agora, em 2025, serão as pioneiras do mercado. As que deixarem para depois, vão correr atrás do placar. E não é todo mundo que tem Mahomes pra virar jogo?
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