Hortência vê ‘espaço a ser conquistado’ pelo basquete feminino

Em entrevista, Rainha do basquete analisou trajetória no esporte e desigualdades de gênero na modalidade; Hortência foi a primeira brasileira a entrar no Hall da Fama nos EUA

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Hortência foi peça-chave para o título do Brasil no Mundial de 1994 (Foto: Tom Dib/Lancepress!)

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Quando se pensa em basquete feminino, o primeiro nome que vem à cabeça é o dela: Hortência. Eleita a melhor jogadora de todos os tempos em enquete realizada pela FIBA, a brasileira guiou a Seleção feminina ao título do Mundial de 1994 - o único até os dias de hoje. 

Em entrevista ao programa "Luciana By Night", da RedeTV!, que vai ao ar na próxima terça-feira, a Rainha relembrou sua trajetória vitoriosa no esporte. Além do Mundial, Hortência fez parte do grupo medalhista de prata nas Olimpíadas de Atlanta-1996 e conquistou três medalhas em Pan-Americanos (ouro em Havana-91, prata em Indianápolis-87 e bronze em Caraca-83). Ela ainda garantiu que, após anunciar sua aposentadoria, retornar às quadras jamais foi uma opção.

- Joguei durante 20 anos, vesti a camisa com grande orgulho. Quando falei "não quero mais", nunca mais entrei em uma quadra. Decidi e virei a página. Porque quem vive o negócio (a profissão) intensamente e de uma maneira profissional, não continuar da mesma maneira que era (no auge), não dá. Sempre falo que o basquete me trouxe muitas alegrias - afirmou. 

Com seus feitos em quadra, Hortência estabeleceu-se como uma das maiores atletas da história do esporte mundial. A ex-jogadora ainda falou sobre a disparidade entre homens e mulheres no basquete, analisando qual caminho deve ser seguido para alcançar a igualdade.

- Nós (mulheres) começamos muito depois. Acho que a gente tem um espaço a ser conquistado e nós temos que conquistar com eficiência. Mostrar que nós temos o poder também (…) Não é brigando, é conquistando - completou.

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Hortência no Mundial de 1994 (Foto: Arquivo Lance!)

O início da brasileira no basquete se deu graças a uma professora de educação física, responsável por incentivar seu contato com o esporte ainda no colégio. Dois anos depois de sua "iniciação", Hortência já era titular da Seleção Brasileira adulta.

- Foi muito rápido, mas eu amava. O mais importante é você fazer aquilo que você gosta, porque se você faz isso, você nunca vai trabalhar na sua vida, vai estar se divertindo - completou.

E é claro que sua entrada no Hall da Fama não ficaria de fora: em 2005, Hortência tornou-se a primeira brasileira a entrar para o seleto grupo; Oscar Schimdt foi homenageado oito anos depois, em 2013. Além disso, a brasileira também falou sobre a honra de carregar a tocha olímpica na preparação para as Olimpíadas Rio-2016.

- O Hall da Fama é a maior gratificação que um atleta individual pode receber. É onde elegem os maiores jogadores de basquete do mundo e eu fui a primeira brasileira a entrar, depois veio o Oscar. (Carregar a tocha) é emocionante, óbvio, estádio olímpico lotado. Mas o mais difícil é não poder falar para ninguém que eu iria carregar a Tocha, um mês e meio sem contar. Eu não falei nem para os meus filhos, sofri muito - finalizou. 

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