Esporte paralímpico busca apoio em animais para melhorar resultados
Cães, gatos e até baratas de Madagascar podem ajudar no desenvolvimento

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A busca por desempenho no esporte paralímpico vai além do treino físico. Durante a Expo Brasil Paralímpico + Reatech 2025, um dos focos se volta para uma área que une afeto, ciência e esporte: a Terapia Assistida por Animais (TAA). Especialistas afirmam que o contato com os animais não só reabilita, mas também proporciona a funcionalidade motora e o equilíbrio psicológico essenciais para atletas de alto rendimento.
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Liana Pires Santos, psicopedagoga, psicanalista e fundadora da clínica GAT (Grupo de Apoio Terapêutico), com mais de 45 anos de experiência, é pioneira no uso de uma diversidade de animais e leva o conceito para a Feira Reatech há 20 anos.
A especialista explica que a terapia com animais é fundamental para romper o sedentarismo e integrar as áreas motora e psicológica, que influenciam diretamente a performance do atleta.
— Vai estar sempre trabalhando a área motora, unindo a área psicológica. Ele vai te proporcionar funcionalidade — afirma Liana Pires, destacando que em países europeus, ter um animal pode até gerar desconto em planos de saúde, devido ao incentivo à atividade motora.

Animais exóticos também fazem parte da TAA
Embora o cão e o cavalo sejam os conhecidos nesse meio, outros grupos de animais podem ser utilizados na terapia, cada um com um foco clínico específico para atletas e pessoas com deficiência:
- Caninos: Trabalham o afeto e a mobilidade.
- Aves de Bico Curvo (Papagaios, etc.): Utilizadas para a estimulação de linguagem, pois são ecolálicos (gravam e repetem sons).
- Roedores (Coelhos): Têm grande aceitação e ajudam no trabalho motor simples (trocar água, ração).
- Exóticos (Jabuti): O réptil, por se fechar na casca, é utilizado para gerar identificação e projeção em crianças e atletas neurodivergentes, como os com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Outro exemplo inusitado é a barata de Madagascar, que faz um ruído específico (sibilo) que alcança a atenção auditiva do autista, auxiliando na concentração.
Para os altetas paralímpicos
Para os atletas de alto rendimento, esse tipo de terapia é utilizado no início ou para ajudar na preparação mental de cada um, podendo reduzir os níveis de cortisol (o hormônio do estresse) durante a fase de pré-competição. Esse vínculo afetivo serve como uma "ancoragem" psicológica, ajudando a gerenciar a ansiedade e o medo do fracasso.
Outros animais podem ajudar no aumento da concentração. O ruído emitido pela barata de Madagascar, por exemplo, pode ser usado para capturar a atenção de autistas, exemplifica como a TAA pode aumentar o tempo de atenção visual e auditiva. Um atleta que consegue aumentar o foco e a concentração tem uma vantagem competitiva direta, seja para ouvir a largada no atletismo, seja para manter a precisão no tiro.
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