Bruno Fratus é nomeado embaixador do COI: ‘Nunca desista’
Medalhista olímpico superou lesões e questões de saúde mental

- Matéria
- Mais Notícias
Medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Bruno Fratus foi nomeado como Embaixador de Saúde Mental do Comitê Olímpico Internacional (COI). Aposentado das competições desde o ano passado e atualmente treinador nos Estados Unidos, o brasileiro superou lesões e questões de saúde mental durante sua trajetória. Agora, vai usar o aprendizado para apoiar outros atletas.
Relacionadas
➡️Lenda da natação recebe réplicas de medalhas perdidas em incêndio
– As pessoas admiram os atletas. Quero ajudar a espalhar a palavra para além dos atletas, para o resto do mundo. Nunca desista. É o que eu sempre digo: seja irritante, seja um incômodo, não desista. Passei por momentos muito difíceis. Estamos falando de dias em que você se questiona se deveria estar vivendo. Foi quando comecei a trabalhar com Carla Di Piero, uma psicóloga no Brasil, e comecei a jornada para me tornar um atleta melhor e mais inteligente, mental e emocionalmente. Falamos sobre mudar o mundo através do esporte, a Trégua Olímpica. Eu realmente acredito nisso. Quero desempenhar qualquer papel que puder para melhorar a vida dos atletas - disse Fratus.
➡️ Siga o Lance! no WhatsApp e acompanhe em tempo real as principais notícias do esporte
Um dos principais nomes da natação brasileira, Bruno Fratus enfrentou dificuldades após sair do Mundial de 2011 sem medalha. A experiência fez o atleta colocar a saúde mental como prioridade e, depois de disputar os Jogos de Londres (2012) e Rio de Janeiro (2016), ele finalmente subiu ao pódio olímpico em Tóquio, quando conquistou o bronze nos 50m livre.

Fora da piscina
A aposentadoria como nadador também foi um desafio para Bruno Fratus, que ainda se via competindo por mais alguns anos. Porém, o desgaste físico pesou: em um intervalo de apenas 17 meses, entre setembro de 2022 e fevereiro de 2024, ele passou por três cirurgias no ombro direito e outra no joelho esquerdo e precisou abrir mão do sonho de competir nos Jogos Olímpicos de Paris.
– Eu realmente não queria me aposentar. Tive muitas lesões para continuar, mas, na minha cabeça, eu ainda sou um atleta. Eu queria competir em 2024 e 2028, para completar cinco Jogos Olímpicos. Mas a idade chega para todo mundo, certo? Comecei a fazer cirurgias recorrentes e fiquei em reabilitação por um ano e meio. Você começa a perder sua identidade. Você não é mais um competidor. Quando voltei a nadar, comecei a sofrer fortes crises de ansiedade além de toda a dor. Um dia, tive que tirar a cabeça da água porque simplesmente esqueci como nadar. Minha esposa Michelle (que foi treinadora de Bruno) disse: ‘Vamos lá. Acabou.’ O atleta dentro de mim está vivo, mas agora canalizo essa energia para outro lugar produtivo -finalizou.
Tudo sobre
Mais lidas
Newsletter do Lance!
O melhor do esporte na sua manhã!- Matéria
- Mais Notícias