Augusto Akio, o Japinha, fala sobre esporte e humanidade: ‘Skate ainda não se corrompeu’
Japinha fica no Brasil até o dia 30 de maio, antes de partir para a próxima competição


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De volta ao palco que o consagrou campeão mundial em 2024, o skatista brasileiro Augusto Akio, o "Japinha", se prepara para mais uma edição do Mundial de Park, que acontece entre 8 e 15 de junho, em Roma, na Itália.
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Em conversa exclusiva com o Lance!, o atleta refletiu sobre a inclusão do skate nas Olimpíadas, destacando não apenas o aumento da visibilidade para a modalidade, mas também as mudanças inesperadas que essa exposição trouxe para o esporte sobre rodas.
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O skate teve sua primeira aparição nos Jogos Olímpicos em 2021, em Tóquio, o que ampliou significativamente a visibilidade do esporte dentro da população brasileira. Japinha conta que isso abriu muitas portas para aqueles que praticam o skate profissionalmente. Contudo, ele ressalta que, para quem anda de skate nas ruas, o preconceito ainda persiste.
— Até hoje, tem pessoas que não aprovam o esporte por si só, gostam de ver só o campeão pela TV. Mas quando o cara está andando de skate na rua critica, fala mal, pede para sair dali. Falam: "por que você não vai andar de skate na pista?" Só que a rua também faz parte do esporte — comentou o skatista, revelando a dualidade da situação.
Por fazer parte de um evento tão tradicional como as Olimpíadas e com o consequente aumento no número de competições mundiais, o skate passou por muitas mudanças, especialmente nas regras e no formato das pistas. Japinha comentou sobre como é esse processo de adaptação dos atletas para conseguir se encaixar sem perder a essência do esporte urbano.
— A adaptação é o conceito básico do skate, ele surgiu da adaptação do surfe com o patins. Estou ciente de que eu vou ter que me adaptar às mudanças, mas eu acredito que tudo na vida sofre adaptações e elas são feitas para melhorar, buscando as melhores condições e uma competição mais justa — finalizou Japinha, demonstrando sua visão otimista sobre a evolução do esporte.

Competitividade saudável
Durante as Olimpíadas, era comum ver a torcida comemorar quando um atleta não-brasileiro caía ou cometia um erro. Augusto explicou como essa relação é diferente entre os skatistas, que sempre buscam apoio um do outro durante as competições, e detalhou como isso pode afetar o esporte.
— O skate ainda não se corrompeu, mas com toda essa visibilidade, que às vezes acaba sendo demasiada, de pessoas que não entendem do assunto querendo participar, acaba contaminando o esporte — comentou o skatista.
O malabarismo
O malabarismo é a marca registrada de Japinha e surgiu há cerca de quatro anos, quando ele sofreu uma lesão no quadril que o impediu de andar de skate por um tempo. Durante a entrevista, Augusto revelou que a prática vai muito além da brincadeira, sendo um verdadeiro aliado em seu desempenho em cima do skate.
— O malabarismo ajuda na ativação da coordenação e na tomada de decisão rápida. Ele pode ser um excelente auxílio no aquecimento, na concentração e no foco — comentou o skatista, explicando a importância da atividade em sua rotina de treinos e competições.
Qual a expectativa do Japinha para o Mundial em Roma?
— Eu acho que vai estar calor pra caramba, o verão na Europa está osso. Mas, fora isso, teremos skatistas de altíssimo nível. A galera está se preparando e evoluindo, cada um do seu jeito e com seu arsenal de manobras, mas o nível será alto — completou.
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