Após primeiro teste nas montanhas, vem aí outro sprint no Tour
Veja mais uma análise sobre a Volta da França

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Antes de falar da etapa de terça-feira, não dá para não falar do primeiro teste dos favoritos do Tour. A última etapa foi morna e como previsto só uma montanha mesmo todas as emoções ficaram para o finalzinho. A última montanha com 10km, inclinação regular e abaixo dos 2 dígitos, não seria o suficiente para os escaladores de etapas multi-montanhas e de alta altitude fazerem a diferença.
Não estou reclamando já que termos uma etapa com final na montanha na 4ª etapa é um avanço em termos de Tour de France. Ainda mais com as montanhas que realmente eram montanhas “categoria 1” na etapa 2.
Deceuninck comandou o pelotão para defender a amarela do Alaphilippe o dia inteiro no plano e nas pequenas montanhas, mas ao chegar no pé da montanha as equipes dos favoritos tomaram conta. Do meio para cima equipe Jumbo assumiu a ponta do pelotão e quando W. Aert, o sprinter(!?), foi para ponta a coisa realmente complicou para todos os outros gregário e até alguns GCs. Que talento! Equipe Ineos colocou Kwiatkoski e Castroviejo na roda dele, mas visivelmente estavam prontos para explodir e assim que o Aert colocou de lado os dois imediatamente fizeram o mesmo.
Ainda sobrou o S. Kuss, para os últimos 2km e ainda aumentou o ritmo. Só de baixo da “flamme rouge” (1km) que os favoritos começaram a ir no vermelho, mas Roglic estava sobrando. Pogacar o único que conseguiu acompanhar para fazer um primeiro-segundo esloveno. Alaphilippe não conseguiu dar seu sprint com o ritmo imposto e escorregou para terceiro. Segurou a amarela e deve ir até domingo com ela, mas já mostrou que esse é o seu limite.
O grupo em seguida com o restante dos favoritos logo na roda, mas sofrendo. Alguns como os colombianos não costumam ir bem nessas etapas de montanhas “curtas” como Bernal. Ainda acredito que ele está dentro do seu plano, mesmo com as caretas de ontem. Landa, Pinot, Quintana, Lopez, Yates Dumoulin e até a dupla da Trek (Porte e Mollema).
As decepções vieram sem tantas surpresas. Buchmann ainda sofrendo com o machucado, E. Mas e Valverde fora do ritmo. Higuita talvez o que mais decepcionou, mas também vem de queda 15 dias atrás. Carapaz, o plano B da Ineos, nem apareceu na frente do pelotão e com as quedas do Sivakov na 1ª etapa a equipe Ineos já se complicou taticamente e agora mais do que nunca estará 100% com o Bernal.
Domingo teremos mais respostas, mas Roglic e a Jumbo estão soberanos até agora.
Sobre hoje não há muito o que falar. Etapa de transição para os sprinters e o pelotão ficará feliz com uma fuga sem sprinters e favoritos. O sprint será subindo novamente. Dessa vez ainda mais com 9km de constante “falso piano” (2%-3%) e o favoritismo fica maior para os que tem equipe para carregá-los até os últimos 200m. Bora (Sagan), S. Bennett (Deceuninck), UAE (Kristoff), NTT(Nizzolo) e Lotto(C. Ewan).
Após a “flamme rouge”(1km) começa uma sequência de curvas suaves, que diminuem a quantidade de equipes na ponta e posicionamento será fundamental. Existe um "roundabout" a 250m da chegada que talvez possa causar algum problema para os embaladores. Outro fator pode ser o vento que deve estar fraco, mas contra.
Então é apreciar os visuais dos Alpes, a quase anual visita a cidade de Gap e paciência até os últimos 10km.
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