Hoje faixa-preta, Marcio Alicate deixa Osasco para brilhar no cenário norte-americano de Jiu-Jitsu

Lutador brasileiro superou adversidades para conquistar o mundo na modalidade e, em 2022, quer continuar colecionando medalhas e escrevendo seu nome no Jiu-Jitsu<br>

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Marcio Alicate (ao centro) superou adversidades para brilhar na arte suave (Foto: Arquivo pessoal)

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Natural de Osasco, cidade localizada na região metropolitana de São Paulo, Marcio Antônio Pires Junior, mais conhecido como “Marcio Alicate”, tem brilhado no circuito norte-americano de Jiu-Jitsu. O lutador foi criado no bairro de Jaguaribe, próximo à comunidade 13 de setembro, vendo de perto a violência, onde perdeu amigos para o crime e para o mundo das drogas.

Superando as adversidades da infância e adolescência, Marcio Alicate conheceu o Jiu-Jitsu aos 26 anos, através do convite do amigo Sidnei Pereira e, desde então, se apaixonou pela modalidade no qual decidiu adotar como um estilo de vida. Inicialmente, Alicate começou no Jiu-Jitsu devido ao stress do trabalho e para melhorar sua saúde, emocional e física, porém, não demorou muito para o atleta iniciar nas competições, mesmo sem o apoio necessário.

- Hoje a cidade de Osasco tem atletas campeões mundiais, conhecidos no mundo, que iniciaram no esporte ainda cedo. No meu caso, iniciei um pouco tarde, aos 26 anos, devido à falta de apoio, incentivo e preconceito, pois atleta não era visto como profissão, ainda mais com aquela idade, onde muitos estão iniciando uma vida mais estável, seja ela financeira, profissional, ou construindo família - declarou Marcio Alicate ao falar das dificuldades que enfrentou no início da carreira.

Após ganhar destaque no Brasil, Marcio decidiu buscar voos mais altos e em 2014 desembarcou pela primeira vez nos Estados Unidos. Campeão mundial sem quimono no ano de 2018, ainda como faixa-marrom, o atleta – que foi graduado faixa-preta por Erik Klinger e Lino Cotti Palito – tem acumulado conquistas nos EUA.

Ativo nos treinos e nas competições, Marcio Alicate foi o lutador que mais disputou competições em 2018, segundo levantamento da própria IBJJF. Naquele ano, ele decidiu se aventurar e lutar todos os campeonatos da organização. Foram 9 meses, 19 estados e 40 mil milhas percorridas (cerca de 64 mil km). Nesse período o brasileiro disputou 51 torneios e conquistou 20 medalhas, incluindo os ouros do Campeonato Mundial No-Gi, Pan Americano e bronze no Europeu.

- As pessoas me perguntavam como eu tinha tempo de treinar, devido a estar sempre na estrada, dormindo dentro do carro ou na casa de amigos, mas eu sempre dizia que treinava no campeonato, minha cabeça sempre foi boa para lidar com essa pressão. Em 2019, Houston foi o local onde nos fixamos, foi muita mudança com a academia Level Up Brazilian Jiu-Jitsu, mas não podia ter sido diferente. Consegui conciliar as aulas, os alunos e os campeonatos dobrando meus títulos para 37 medalhas - afirmou.

Atualmente em San Antonio, no estado do Texas (EUA), onde treina e vive com a esposa, o atleta ainda acumula como experiência o período em que foi professor em uma das filiais da Level Up nos Estados Unidos. Apelidado como Alicate ainda como faixa-branca e pela guarda forte que apresentava nos treinos, o atleta espera aumentar a coleção de títulos em 2022 e se manter entre os melhores da sua categoria.

- A meta para 2022 é novamente bater esse recorde, ficar em primeiro no ranking da minha categoria, e trazer no peito a tão sonhada medalha de ouro do Mundial No-Gi como faixa-preta - finalizou ele, que tem representado a sua cidade natal. Recentemente, Marcio Alicate venceu os Opens de Nashville, Charlotte e Phoenix, nos EUA.

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