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Atletas do MMA e as orelhas de ‘couve-flor’

Cirurgião Plástico Daniel Botelho explica sobre orelhas de repolho em lutadores de MMA e como deve ser feita sua reconstituição

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Rogério Minotauro (Foto: Getty Images / UFC)

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Além sair das lutas com muitos hematomas, os atletas que praticam MMA exibem uma certa particularidade estética que, muitas vezes, impressiona quem não está acostumado com o esporte: as orelhas deformadas, as famosas orelhas de couve-flor.

De acordo com os especialistas, o trauma contínuo das lutas faz com que as orelhas fiquem dessa forma. Dentro do vocabulário médico, o problema também é conhecido como “pericondrite”, caracterizado pela infecção da cartilagem da orelha.

Isso ocorre porque com os atritos e esmagamentos constantes sofridos nas orelhas durante treinos e lutas, contra o chão, o braço do adversário, e outros, aparecem hematomas entre a cartilagem e o pericôndrio, tecido que fica entre a pele e a cartilagem e que é responsável pela nutrição da região.

“É comum a inflamação naquele espaço em função do trauma. As dúvidas, e muitas vezes a falta de informação em relação à lesão, podem prejudicar quem busca manter a orelha sem deformidade. Além da parte estética, a lesão pode vir a trazer problemas auditivos caso o paciente sofra outros traumas na região e não procure a ajuda de um especialista", diz o cirurgião plástico Daniel Botelho.

O tratamento não é simples como explica o médico: "Não é possível retornar ao estado semelhante ao pré-hematoma. Mas para alcançar um melhor resultado o lutador precisa, assim que ocorrer a lesão, procurar uma clínica especializada de cirurgia plástica para drenar esse hematoma e, através de curativos compressivos, moldar, fazendo com que a pele grude novamente na cartilagem. Em casos mais antigos, em que o hematoma calcificou, e que dá aquele aspecto clássico de orelha em couve-flor, é preciso de raspas especiais para poder tentar retirar uma parte desta calcificação e, através de pontos atrás da orelha, conseguimos voltar a trazer as curvinhas naturais da orelha. Mas essa orelha sempre vai ser um pouco mais espessa do que a orelha contralateral, mas os resultados são bem bacanas", conclui o cirurgião.

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