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As mudanças nos bastidores que levaram o Brasil ao topo no Taekwondo

Quatro brasileiros conquistaram medalhas, o que levou o Brasil ao top-3 do mundo

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Rio de Janeiro (RJ)
Supervisionado porThiago Fernandes,
Dia 28/11/2025
09:30
Henrique Marques é campeão mundial de taekwondo 2025 (Foto: World Taekwondo)
imagem cameraHenrique Marques é campeão mundial de taekwondo 2025 (Foto: World Taekwondo)

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Em time que está ganhando se mexe? Às vezes, sim. Conhecido mundialmente pela força no UFC, judô e jiu-jítsu, o Brasil segue conquistando seu posto como potência em mais uma arte marcial: o Taekwondo. A atual geração de atletas chega com promessas de colocar o país no mais alto nível do esporte. Essa melhora, inclusive, pôde ser acompanhada e vibrada, em outubro deste ano, no Campeonato Mundial de Wuxi.

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Brasil conquistou melhor campanha da sua história no Mundial

O Brasil terminou a competição em terceiro lugar no quadro geral de medalhas, com quatro pódios no total. Maria Clara Pacheco e Henrique Marques conquistaram medalhas de ouro, enquanto Milena Titoneli, assim como Netinho, ficou com a prata.

A delegação brasileira ficou atrás apenas da Turquia, com três ouros, e da República da Coreia, que somou dois ouros, duas pratas e dois bronzes. O resultado confirmou a melhor campanha do Brasil na história dos Mundiais, com quatro medalhas, sendo duas de ouro e duas de prata.

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Outros três brasileiros chegaram às quartas de final do Mundial: Matheus Gilliard na categoria 54kg masculina, Ícaro Miguel na 87kg e Paulo Ricardo Melo na 58kg masculina. Todos ficaram a uma vitória de garantir medalhas para o país.

Na categoria 53kg feminina, Nivea Barros representou o Brasil. A atleta estreou diretamente na segunda rodada, mas foi derrotada pela uzbeque Laylo Zayniddinova por 2 a 0, com parciais de 9 a 3 e 4 a 3.

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O desempenho da equipe brasileira no Mundial de Taekwondo Wuxi 2025 reforça a posição do país como força emergente na modalidade, especialmente após os resultados obtidos nos Jogos Olímpicos de Paris. Com isso, uma questão fica em evidência: o que mudou de lá para cá?

Os fundamentos do Taekwondo e suas melhorias

Apesar de Maria Clara não treinar no mesmo centro que os demais atletas da seleção, o período pós-ciclo olímpico trouxe transformações para todos. Depois da eliminação nas quartas de final em Paris-2024, a jovem de 22 anos percebeu que, embora tivesse chegado aos Jogos em boa forma, ainda faltava algo para competir em nível de pódio.

A frustração virou ponto de virada: Maria Clara decidiu reformular completamente sua preparação ao trocar treinador, preparador físico e adotar uma estrutura multidisciplinar para acompanhá-la nas competições. Com isso, passou a investir mais na parte tática e aprimorar sua leitura de luta, assim como na chamada "malandragem" fundamental no taekwondo de alto rendimento.

As mudanças não ficaram restritas à equipe. Após enfrentar dificuldades tanto nos 49kg quanto nos 53kg, arriscou subir para os 57kg no fim de 2022 – algo que, à primeira vista, não era ideal por sua estatura. O que começou como tentativa virou encaixe imediato: logo em suas primeiras competições, superou a então titular da seleção brasileira e passou a acumular resultados expressivos em torneios internacionais.

Maria Clara Pacheco conquistou a medalha de ouro no Mundial de Taekwondo
Maria Clara Pacheco conquistou a medalha de ouro no Mundial de Taekwondo (Foto: World Taekwondo)

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Do outro lado, as melhorias significativas se ligam a uma atualização na preparação para cada atleta, individualmente. O preparador físico Ariel, responsável pelo trabalho de Henrique, Netinho e Milena, explica que o ciclo foi marcado por um planejamento muito mais minucioso do que em temporadas anteriores. Segundo ele, a proposta era clara: tratar cada atleta como um projeto único.

A equipe estruturou uma ondulação de cargas tanto físicas quanto técnicas, monitorando cada etapa com muita precisão. Embora o trabalho tenha sido individual, as decisões foram tomadas em coletivo. E o resultado prático apareceu na forma como os atletas chegaram ao Mundial. Ariel destaca que o equilíbrio entre intensidade e recuperação foi fundamental. Em uma competição desse porte, esse detalhe pesar tanto quanto a estratégia de luta.

— A modulação de carga durante o período preparatório deles foi muito importante para que eles chegassem descansados. E aí com certeza é um campeonato difícil, às vezes até mais difícil que a Olimpíada por conta da quantidade de lutas que você tem, quantidade de adversários que estão ali. Na Olimpíada, você deve ter ali três, quatro lutas, mas no mundial, você tem sete, muitas vezes. Então chegar na final do mundial e ser campeão depende de um físico, de um técnico e de uma cabeça muito boa — disse o preparador.

Segundo Ariel, essa mudança teve influência direta também no processo de corte de peso, que foi enfrentado com maestria pelos atletas da Seleção Brasileira.

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