Aldo diz que não vai ‘para a briga’ contra McGregor: ‘Posso ficar cego’

O duelo entre José Aldo e Conor McGregor, que acontece no dia 12 de dezembro, em Las Vegas (EUA), pelo UFC 194, é o confronto mais aguardado do ano. Comentado desde outubro de 2014, quando o brasileiro fez sua última apresentação, o duelo conta com o tempero especial do irlandês, que acumula provocações. Mas nada que tire o sono do campeão absoluto dos penas.

Em entrevista ao Lance! em sua academia, no Rio de Janeiro, logo após um de seus últimos treinos para o duelo com McGregor, o brasileiro mostra ter na ponta da língua a resposta certa para "calar" da melhor maneira possível o rival e aqueles que duvidam de mais uma vitória sua no octógono.

- Com a vitória, né? Quando eu chegar lá dentro e vencer, não só vou calar a (boca) dele (McGregor), mas de todos, todos que pensaram algo diferente da minha vitória. Vão todos cair do cavalo. É isso que vai acontecer. Vou chegar lá dentro e vencer. Essa vai ser a minha resposta - garantiu o dono do cinturão, que completou dez anos de invencibilidade no MMA no último dia 26 de novembro.

Nesta entrevista, Aldo ainda fala sobre a ansiedade para o duelo, a rivalidade com Conor McGregor e seu futuro no esporte.

Confira a primeira parte da entrevista com José Aldo
Como tem sido controlar ansiedade para a luta?
Temos de controlar. Tudo aquilo que pensei em fazer, tive que zerar, voltar desde o começo. Essa luta já era para ter acontecido há tempos, em julho, mas eu me machuquei e procuro muitas vezes até me isolar um pouco, sair um pouco da luta e ir para o outro lado. Conversar com os amigos, brincar, fugir um pouco desse lado, esquecer um pouco. Para quando eu voltar, estar bem focado de novo, com mais gana ainda. Mais ou menos isso que eu procuro fazer pra não ficar pensando muito nessa coisa de ter que chegar e fazer... Então tento esquecer um pouco e pensar mais quando estou na academia

E tem sido difícil conseguir isso? Qual a reação das pessoas nas ruas?
Onde eu ando hoje em dia todo mundo sempre fala da luta. Me mandam "bater no cara" e tudo mais. Procuro levar sempre na esportiva, brincando, como se fosse uma coisa normal. Procuro não cair nessa pilha. Sei que a única coisa que eu quero é chegar lá dentro e vencer. Isso é o que tenho que fazer. Então falo, troco ideia, onde eu vou tocam no assunto, então sempre levo na brincadeira e zoação para não perder o foco. Preciso estar ligado aqui nos treinos com o Dedé (Pederneiras, treinador). Nisso que procuro focar, nos treinos, sem esse lado dos fãs.

Quando existe uma rivalidade grande entre lutadores, muitos acabam se perdendo na emoção e deixando o psicológico afetar na estratégia da luta. Você tem noção de que deve tomar cuidado com isso?
Desde que eu entrei nesse esporte, no MMA, nas lutas, no jiu-jitsu, sempre aprendi isso. Nunca tentei colocar raiva dentro de mim; "Ah, tenho que chegar lá e amassar". Pode falar o que for. Meu objetivo é chegar lá e vencer a luta. Acho que isso que me faz ser o campeão, meu foco. Sempre consigo manter a calma. Sei que é uma luta, e não uma briga. Se eu for lá e colocar a raiva na minha cabeça, vou ficar completamente cego. Não vou conseguir enxergar nada do que a gente treinou. Procuro sempre ficar com a mente bem tranquila para chegar lá e fazer tudo o que a gente treinou e vencer a luta. Essa é a maior resposta. Não importa se eu vou chegar lá, dar um soco e ele vai cair ou se vou lutar cinco rounds. Eu não me importo. O importante pra mim é a vitória.