Aldo reclama de ‘palhaçada’, mas aceita tendência: ‘Tem que xingar’

Brasileiro exalta 'dinheiro no bolso', mas garante não gostar de postura exigida pelos novos tempos do MMA, onde o entretenimento muitas vezes se coloca à frente do esporte

José Aldo participou de coletiva de imprensa do UFC Rio
(Foto: Alexandre Loureiro/UFC)

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A mudança de postura de grande parte dos lutadores do UFC diante dos "novos tempos", onde a promoção das lutas ultrapassa o espírito esportivo, é uma realidade. E José Aldo e Max Holloway estão inseridos neste grupo. Em coletiva de imprensa realizada no Rio de Janeiro para promover a unificação dos cinturões que acontece na luta principal do UFC Rio, dia 3 de junho, os rivais comentaram o assunto e admitiram a nova postura.

Campeão absoluto dos penas, Aldo deixou claro que não gosta de colocar o entretenimento acima do esporte, mas aceita a tendência e chega a se empolgar com o futuro ao falar sobre "dinheiro no bolso".

- A troca de farpa é ótima pra mim, isso que vende. Essa é uma geração totalmente diferente de quando comecei. Quando comecei, eram lutadores que tinham respeito à filosofia da luta. Hoje em dia tem o lutador "Nutella" e o real. Hoje em dia está uma palhaçada. Se você não falar, provocar, não luta com ninguém, só fica pra trás. O ranking não serve de nada, o que serve é falar, provocar, vender a luta. O que move hoje em dia é o dinheiro. Isso pra mim é super normal. Gosto disso. Na minha penúltima (contra Conor McGregor), ganhei bastante dinheiro. É nisso que penso hoje em dia. Quero ser o campeão que sempre fui, tenho a minha honra e respeito, tudo que aprendi, mas não vale mais a pena ser o bom mocinho, o verdadeiro campeão. O negócio é xingar, falar... Os atletas sabem o que acontece por trás, as declarações de cada um por trás, mas é muito mais fácil chegar na mídia e vender. (...) Agora são os atletas que casam a luta. Se chegar e xingar, é a luta que vai acontecer. Quando termina a luta, cada um segue para o seu lado e com dinheiro no bolso. Tem que xingar a mãe do outro, a p*** toda, que é o que vai dar dinheiro - desabafou o campeão absoluto dos penas, deixando claro depois que não gosta de agir de tal forma.

- O que move é o dinheiro. Os atletas têm que entender esse lado. Eu, particularmente, não gosto, fui criado de outra maneira. O Dedé (Pederneiras, treinador), quando me fez o atleta que sou, não foi dessa maneira, mas temos que nos adaptar. Se se tornou isso, querendo ou não, é bom ter dinheiro no bolso. Promoção tem que acontecer, isso vem desde a época do boxe, com provocações, é normal. Mas cutucar não é do atleta brasileiro. Não é nosso perfil provocar, temos respeito, mas os atletas brasileiros têm que entender que tem que ser assim e dar uma provocada - sugeriu.

Holloway lembra que a carreira de um lutador de MMA muitas vezes é curta e por isso deve ser bem aproveitada. Mas ele garante que não pratica o conhecido "trashtalk". Ele diz falar apenas a verdade.

- Não sei o que as pessoas pensam, mas eu tento falar sempre a verdade. Não quer dizer que estou desrespeitando alguém. O que acontece é que muitas vezes a verdade machuca. (...) É como ele disse. Nós., lutadores, temos uma janela pequena. Nossa carreira não dura muito tempo, então temos que aproveitar para fazer o melhor dela ganhando dinheiro e nos preparando para o futuro - afirmou.

As vendas de ingressos para o UFC Rio começaram nesta quarta-feira pelo site www.tudus.com.br, nova plataforma de venda de ingressos do UFC.

Confira as lutas anunciadas para o UFC 212 até agora:
José Aldo x Max Holloway
Anderson Silva x adversário a ser anunciado
Claudia Gadelha x Karolina Kowalkiewicz
Johnny Eduardo x Matthew Lopez
Erick Silva x Yancy Medeiros
Marco Beltran x Deiveson Alcantara
Leo Santos x Olivier Aubin-Mercier
Antônio “Cara de Sapato” x Eric Spicely
Paulo Borrachinha x Oluwale Bamgbose

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