LANCE! Espresso: A vacina premiada da Conmebol reforça a insensibilidade do mundo do futebol
Entidade anuncia imunização de atletas que disputam os principais torneios sul-americanos

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A saidinha para o shopping após testar positivo, jantar no cassino clandestino, a balada sem máscara, os mambembes protocolos que sustentaram o retorno precoce do futebol no Brasil. Todas as práticas acima aconteceram em meio à pandemia da Covid-19 e aos surtos que atingiram diversos clubes.
Exemplos de egoísmo, hipocrisia, irresponsabilidade e falta de senso coletivo. Mas tudo isso está prestes a ser premiado. A Conmebol anunciou ontem que fechou um acordo com a empresa farmacêutica chinesa Sinovac Biotech para a doação de 50 mil doses da vacina Coronavac.
Serão imunizados os times masculino e feminino que disputam os principais torneios organizados pela entidade. Para os clubes brasileiros, a CBF precisaria de autorização da Anvisa e abrir uma brecha na lei, que hoje obriga que todas as vacinas recebidas sejam doadas ao SUS.
Algo similar deve acontecer na Olimpíada: Thomas Bach, o presidente do Comitê Olímpico Internacional, anunciou no mês passado que atletas olímpicos e paralímpicos serão vacinados, em parceria com o comitê chinês.
A evolução destes processos pode garantir a realização de grandes eventos esportivos, mas o significado não poderia ser pior: para evitar prejuízos financeiros, criar um modelo de imunização particular ainda sem precedentes na pandemia.
Esportistas são naturalmente enxergados como heróis, mas furar a fila e garantir uma imunização privilegiada é um recado claro para o mundo: somos melhores e mais valiosos do que todos vocês.
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