Internacional demite dois funcionários pela chuva de papel
Um dos trabalhadores tinha 15 anos de clube e recém havia sido promovido

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O caso da chuva de papel antes da partida da Libertadores, na quarta-feira (22), continua rendendo no Internacional. Após uma apuração buscando dar resposta rápida, feita quinta (23), o clube acabou demitindo dois funcionários, um deles com mais de 15 anos de clube e que recém havia sido promovido. O Lance! apurou os acontecimentos dos últimos dias e traz os detalhes.
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Nesta sexta (22), o clube ficou sabendo que foi denunciado pela Conmebol por atrasar início do jogo contra o Flamengo, devido ao lançamento de papéis picados.
Como tudo começou
O Conselho de Gestão e as áreas de Marketing, Comunicação, Patrimônio, Relacionamento Social e Operação de Jogo sabiam que haveria a chuva de papel picado. Uma reunião entre os envolvidos definiu o que é conhecido como "ambiental". O encontro foi registrado em vídeo. O problema, conforme fontes relataram ao Lance!, é que o acordado acabou não sendo cumprido.
O plano original era para a disputa da partida de ida pela Copa do Brasil, no dia 30 de julho, contra o Fluminense. Só que a iniciativa foi vetada pela Brigada Militar. Passadas três semanas, veio a ideia de aproveitar o material à disposição, tanto Relacionamento Social quanto Conselho de Gestão sugeriram usar contra o Flamengo. E tiveram a anuência da Operação de Jogo.
A partir daí, veio a sucessão de erros:
- o papel era para ser jogado do lado que fica para a avenida Padre Cacique. Dali, a previsão era de que o vento se encarregaria de tirar o material do gramado. Como foi jogado do lado oposto, devido a um atraso na liberação dos alpinistas para acessarem o catwalk, o papel não sofreu com os efeitos do vento e acabou ficando concentrado no gramao;
- para dar um aspecto de grandiosidade ao “ambiental”, foram comprados mais papéis picados, quase 45kg, a um custo de quase R$ 2,5 mil;
- o papel a ser adquirido tinha que ser de jornal ou folhas comuns. Só que o material entregue era laminado, mais pesado e também mais suscetível a ficar grudado em superfícies úmidas, como a grama (que é molhada antes dos jogos), a bola e até as chuteiras os atletas;
- com o erro da localização e do tipo de papel, os dois sopradores à disposição para tirar o que caísse no campo foram insuficientes;
Por conta disso, o Inter viveu um clima de ebulição ao longa da quinta. E não era só por conta da eliminação. Reuniões e mais reuniões. Broncas para lá e para cá. Vídeos revisados. Cada setor envolvido tentou se eximir e passar a culpa adiante. E foi assim que dois funcionários acabaram punidos, sendo desligados do clube. Nas esferas diretivas, porém, nenhuma punição.
Notificação e punição
O Inter recebeu nesta sexta da Conmebol a notificação da denúncia pelo atraso do início da partida contra o Flamengo. Conforme apurou Lance!, a denúncia cita o artigo 24 do Código de Segurança da Conmebol, que prevê qualquer ação fora da partida não pode "causar atraso no início do primeiro ou segundo tempo, suspensão temporária do desenvolvimento do jogo ou afetar qualquer questão relacionada à segurança do evento esportivo".
O documento, porém, minimiza um temor interno de alguma punição com a perda de mando de campo, já que cita apenas o atraso da partida. De acordo com o manual da competição, está prevista a aplicação de uma multa mínima de 20 mil dólares (R$ 109 mil pela cotação atual) para o clube responsável pelo atraso.

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