Com apoio de trio de ferro de Curitiba, clubes discutem criação de Liga Paranaense

Atlético-PR, Coritiba e Paraná deram o pontapé inicial para unir times do Estado

Petraglia, Bacellar, Gomyde
Petraglia (à esq.), Ricardo Gomyde (ao centro) e Rogério Bacellar (à dir.), em 2015, na sede da CBF. (Rafael Ribeiro/CBF)

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Na noite de terça-feira, representantes de clubes paranaense se reuniram em um hotel no centro da capital e começaram a discutir a Liga Paranaense de futebol profissional. A ideia, apoiada pelo trio Atlético-PR, Coritiba e Paraná, busca o rompimento com a Federação Paranaense de Futebol (FPF).

O trio de ferro de Curitiba já tinha tentado, nas eleições do ano passado, apoiar um cadidato para ajudar a assumir a entidade máxima paranaense. Entretanto, o mandatário Hélio Cury se reelegeu e alguns times profissionais decidiram ir por outro caminho a partir deste ano.

A reunião da última noite estava programada após conversas entre os idealizadores. E o presidente será um deles: Ricardo Gomyde, candidato derrotado no pleito da FPF em 2015 e no Senado, em 2014. Juliano Tetto, ex-diretor jurídico da Federação e do Tricolor, além de integrante da chapa de oposição, é outro idealizador da Liga. O vice-presidente de marketing do Furacão, Mauro Holzmann, deve ser o segundo homem-forte da instituição, sendo vice.

- Os clubes estão sendo sufocados pelo modelo de gestão, para que o futebol consiga sobressair, é necessário que os clubes busquem alternativas. A primeira foi bater chapa, infelizmente o futebol amador teve o mesmo peso do profissional e acabou elegendo o atual gestor. Sabendo disso, as mobilizações continuaram. Partiu do Paraná (dupla Atletiba) a Primeira Liga, e também agora da Liga Paranaense - declarou Fábio Mello, presidente do Campo Mourão, em entrevista à Banda B. 

Liga Paranaense
Clubes paranaense se reuniram em um hotel de Curitiba. (Divulgação)

O encontro teve a participação de aproximadamente 25 times, da primeira, segunda e terceira divisão do Estadual. O foco principal para conseguir conquistar a adesão dos clubes do interior é na questão financeira. As equipes reclamam da disparidade de cotas televisivas e prejuízos constantes nas disputas do Campeonato Paranaense, em todas as divisões. Além disso ainda há uma certa rejeição com os nomes principais do futuro órgão.

Uma das saídas da Liga Paranaense é conseguir um bom acordo de televisão para melhor distribuição, além da publicidade. Por isso, o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia, espera usar sua influência para conquistar o Esporte Interativo para transmissão - vale lembrar que o Furacão foi o primeiro da elite a ser confirmado oficialmente pela emissora americana pela vendas dos direitos de 2019-2014, do Campeonato Brasileiro. 

Outro problema a ser solucionado é a possibilidade de desfiliação, prevista no artigo 39 do estatuto da FPF. O texto afirma diz que a entidade é o único órgão capaz de dirigir o futebol do Estado e, assim, obriga os clubes a disputarem uma competição de base e outra profissional que seja organizada pela FPF.

Com esse risco, os clubes criarão uma comissão especial para tratar o assunto juridicamente para depois fundar a Liga oficialmente. Em 2017, aliás, é ter um Campeonato Paranaense criado pela nova instituição. No retrato atual, entretanto, os clubes teriam que disputar dois estaduais (FPF e Liga) ou serem desfiliados, impossibilitando suas participações no Brasileiro e na Copa do Brasil.

- Vai ter o Campeonato Paranaense da liga, não podemos falar nada sobre o calendário da Federação. Toda essa gestão já tem uma prévia conversada com a CBF e é rigorosamente dentro da legislação da Lei Pelé, portanto, com todas possibilidades de ascensão e crescimento perante a Confederação - afirmou o confiante Mello.

Já o presidente do Coritiba, Rogério Bacellar, foi mais cauteloso e comentou que o projeto ainda é embrionário. O mandatário alviverde não quer pressa para a criação da Liga e mais encontros serão realizados no decorrer do ano.

- Não digo que é um primeiro passo para uma liga, mas um primeiro passo para fortalecer os clubes. Os problemas de todos os clubes são calendário e dinheiro. Todos querem melhorar isso. Todo mundo pensou que chegaríamos aqui com um prato pronto e não foi assim. A ideia é que se discuta novos formatos e projetos - finalizou, em entrevista ao jornal Gazeta do Povo.

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