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Renato desabafa sobre cobranças no Fluminense: ‘Amanhã todo mundo volta a ser bom’

Tricolor reclamou da impaciência no futebol brasileiro e defendeu seus jogadores

Renato Fluminense
imagem cameraRenato Gaúcho durante o jogo entre Fluminense e Internacional, pela Copa do Brasil (Foto: Lucas Merçon/FFC)
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Sharon Nigri Prais
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 31/07/2025
05:00

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O Fluminense encerrou o jejum de vitórias ao derrotar o Internacional por 2 a 1 pela Copa do Brasil e Renato Gaúcho comentou o alívio da pressão que vem com o resultado. Em coletiva após a partida, o treinador comentou a atuação da equipe, esclareceu detalhes de sua relação com Mario Bittencourt e o pedido por reforços.

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➡️ Assista na íntegra à coletiva de Renato Gaúcho após a vitória do Fluminense sobre o Inter

— O problema no Brasil é que é dificil fazer futebol. Até três semanas atrás tinhamos um excelente plantel e comissão técnica. Bastou voltar para o Brasil, ter quatro resultados negativos que ninguém é bom. Ninguém leva em conta que o Fluminense foi o último brasileiro a voltar. Quase todos os outros clubes tiveram uma pré-temporada e tempo para descansar. Então da noite pro dia todo mundo passou a não ser bom. Amanhã todo mundo vai voltar a ser bom, o treinador é bom... E temos um presidente que é nota mil, está sempre presente com a gente, é um amigo meu de clube e particular. Está com a gente na boa e na má. E tem gente que fica me colocando contra ele, que eu reclamo que não tenho reforços... Eu converso com ele todos os dias, é um grande presidente. Não é que eu deixo entrar no vestiário, mas daqui a pouco um lê aqui e ali. Não tem o que fazer e ficam inventando histórias. Ficam minando, minando, e o torcedor fica acreditando no que não é verdade — iniciou o treinador.

Questionado sobre o que mudou no time para voltar a vencer, Renato voltou a destacar a concentração, que estava em falta nas últimas partidas. No entanto, um ponto que o Flu ainda deixou a desejar foi na conclusão das jogadas, como destacou o técnico.

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— Respeitamos o Internacional, que tem uma grande equipe e um grande treinador, que é o Roger. Falei para os meus jogadores que seria um jogo de 180 minutos e que tinhamos que voltar a competir da maneira que competimos no Mundial, com a mesma concentração, era o que estava faltando. Enfrentamos o Cruzeiro, fomos melhores e perdemos o jogo. Enfrentamos o Flamengo, fomos muito bem e perdemos o jogo. Enfrentamos o Palmeiras, fomos melhores e perdemos o jogo. O São Paulo foi melhor e mereceu vencer. Faltava concentração para que não dessemos tantas oportunidades ao adversário e hoje aconteceu isso. Eu conheço bem o Internacional e aproveitamos as chances que tivemos. Poderia ter sido mais se tivessemos mais de tranquilidade perto da área. Foi uma vitória importante, mas não tem nada ganho, são 180 minutos. Agora vamos pensar no Grêmio no final de semana.

Na sequência, explicou as escolhas feitas para escalar o time nas últimas semanas, ressaltando que as trocas se dão por conta do desgaste físico e o risco de lesão. Na resposta, ainda criticou a forma como o brasileiro enxerga o futebol, com pouca paciência e muita exigência.

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➡️ Melhores momentos: Fluminense encerra jejum e vence o Internacional na Copa do Brasil

— Sempre cobro dos meus jogadores muita concentração e isso tinhamos perdido nos últimos jogos do Campeonato Brasileiro. Às vezes eu mudo o time justamente por isso. Eu tenho dois laterais esquerdos, os dois machucados por excesso de jogos e disso ninguém comenta. Daqui a pouco perco mais jogadores por lesão por isso. Não estou dando desculpa, mas o Fluminense, desde que eu cheguei, teve só dez dias sem jogos, nos Estados Unidos, e muitas vezes nossos treinos eram paralisados por conta dos raios. Todo mundo está de tanque cheio, mas querem que a gente dê espetáculo a cada três dias, ganhe e avence nas competições... O futebol brasileiro está muito chato nesse sentido. Se ganhou é bom, se não ganhou não é mais. Isso mina o futebol e o ambiente dos jogadores.

— O que mudou foi a atitude e a concentração. Canso de elogiar meu grupo, mesmo quando a gente perde, como foi no Rio de Janeiro. No momento que um não está focado já é difícil, quando tem três, quatro, os adversários aproveitam. Hoje não foi assim. Fazer gol é difícil e se você proporciona sempre pro adversário sair na frente, o treinador tem que abrir o time. Hoje fizeram exatamente o que a gente treina, conversa e o que mostro no vídeo. Assim conquistamos uma vitória muito importante para decidir depois no Maracanã, com a nossa torcida — concluiu.

Everaldo comemora gol do Fluminense diante do Internacional (Foto: Maxi Franzoi/AGIF)
Everaldo comemora gol do Fluminense diante do Internacional (Foto: Maxi Franzoi/AGIF)

O atacante Everaldo foi uma peça fundamental para que o Fluminense voltasse para casa com a vantagem na Copa do Brasil. O camisa 9 voltou a marcar depois de 13 jogos em jejum e foi elogiado por Renato, que contou um pouco dos bastidores sobre as conversas que tem com seus atacantes e voltou a pedir o apoio dos torcedores.

— Quando eu elogio, elogio todo meu grupo. Coloquei uma equipe para ir para dentro do Internacional, assim como foi no Campeonato Brasileiro e vencemos por 2 a 0. Sabiamos do potencial do Inter, mas eu precisava atacá-los também. O Soteldo estava bem, machucou e entrou o Canobbio, que entrou muito bem. Fez a parte tática muito bem. E o Everaldo é um cara que converso muito, assim como Cano e Kennedy, procuro dar conselhos e mostrar os melhores caminhos em campo. Preciso de todos eles, mas não dá para ter todos eles ao mesmo tempo. Contra o São Paulo eu tentei e não deu certo. Fico sempre feliz quando fazem gols. O Cano tem muita moral com a torcida, mas o Everaldo precisava disso. Lá no Mundial eu pedi e o torcedor começou a entender que tem que incentivar. E hoje fez dois gols importantíssimos. É um cara que luta e que se entrega muito. É o que eu peço, apoiar os jogaodres. No próximo jogo, quando entrar, vai ter a confiança do torcedor e ai o rendimetno vai melhorar porque não vai ter o medo de errar. Tirou um peso das costas com os dois belos gols, com belas jogadas do Serna.

Perguntado sobre o jogo de volta, o treinador do Fluminense despistou, alegando que a chave já vira para o confronto contra o Grêmio no Brasileirão. Os 90 minutos que decidirão a vaga nas quartas de final serão jogados na próxima quarta-feira (6), às 21h30, no Maracanã.

— Isso é papo para segunda-feira (4). A partir de amanhã a gente pensa no Grêmio, pelo Brasileiro. Eles jogaram ontem e já tem um dia de descanso de vantagem da gente. Precisamos voltar a vencer no Maracanã até porque nos últimos quatro jogos não pontuamos. Espero que o torcedor compareça para incentivar o time, precisamos desse apoio no sábado (2). E ai, a partir de segunda, começo a pensar no Internacional de novo.

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Outras respostas da coletiva de Renato Gaúcho

Estratégia para o Fluminense vencer o Internacional

— Sempre respeito a equipe do Internacional. Sempre respeitei o Roger, que é um grande amigo. Procuro estudar sempre bem o nosso adversário e neutralizar as principais jogadas. Mas não abro mão do meu time jogar. Hoje era um jogo muito difícil, vinhamos de quatro derrotas. Eu poderia armar o time para me proteger, mas montei uma equipe ofensiva. Meu time precisa gostar da bola, precisa ficar com ela. Quanto mais ficarmos com a bola, menos chances o adversário vai ter. Mas hoje defendemos bem, e com a bola conseguimos jogar. Só não fizemos o terceiro gol porque não tivemos tranquilidade no momento final do jogo.

Renato elogia Serna e Everaldo

— Hoje o Serna estava muito bem. A cada três dias é difícil colocar sempre a mesma equipe em campo. Tem problema de lesão, problema de cartão, como todos os clubes têm. Importante é o jogador, quando entrar no início ou no fim, aproveitar todas as oportunidades. No momento que o jogador me der a resposta, tenho que colocar ele para jogar de novo, desde que ele me dê as condições. Agora, as oportunidades estão sendo dadas para todos. O Everaldo, se eu não insisto no Everaldo, hoje ele poderia estar fora de um banco e todo mundo iria aplaudir: "ainda bem que o Renato tirou o Everaldo do banco". Conversei bastante com ele, dei confiança para e hoje ele fez dois gols importantíssimos. Ele tem nos ajudado também. No momento em que o jogador não está bem, o que mais faço é passar confiança, corrigir os defeitos, da mesma forma que eu trabalho com todos eles. Da mesma forma trabalho com o Serna. Procuro corrigir, joguei na mesma posição, procuro dar o caminho para ele. Ele tem escutado, ele é bom garoto, trabalhador. Não pela partida que ele fez hoje. Gosta de jogar mais pelo lado esquerdo, hoje jogou pelo direito. Falo que atacante meu tem que saber jogar pelos dois lados, como Soteldo, Keno e Paulo sabem. Daqui a pouco posso mudar as peças durante uma partida só de posição. Quem sabe não ganhamos um substituto do Arias.

Problemas de desgaste e avaliação da parte física dos jogadores do Fluminense

— O meu time tá muito bem fisicamente. O problema é o desgaste. A gente não para. E a cada três dias, é aquela cobrança que tem que jogar bem, tem que atropelar o adversário, tem que somar três pontos… e é por isso que eu digo que o futebol tá muito chato. É nesse sentido aí. A cada três dias entrando em campo, como que você vai treinar a parte física dos jogadores? A gente aproveitou alguns dias que nós tivemos nos EUA, mas é o desgate da equipe. O desgaste que eu fico com medo de perder jogadores importantes por lesões musculares. Nós temos dois laterais esquerdos, os dois machucados. Tive que improvisar. Daqui a pouco perco mais um lateral direito… imagina. A gente tem todo cuidado pra que a gente não perca mais nenhum jogador. Mas o meu time na parte física, se encontra bem.

Sobre a rivalidade entre Fluminense e Internacional

— A rivalidade sempre tem né. Em 23 o Fluminense eliminou o Internacional aqui dentro, pela semifinal da Libertadores. Acho que depois teve uma disputa na Copa do Brasil em 24 ou 22, que o Internacional teve todas as chances de eliminar o fluminense no maracanã. Há dois meses atrás o fluminense venceu o internacional aqui. Mas cada jogo é um jogo totalmente diferente. O Fluminense tem se dado bem mas isso não quer dizer que daqui a pouco não vai perder.

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Renato Gaúcho durante a vitória do Fluminense sobre o Internacional (Foto: Maxi Franzoi/AGIF)
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