Pelé, 80 anos em 80 dias: a primeira reverência foi de Nelson Rodrigues
Foi o jornalista e escritor Nelson Rodrigues quem primeiro chamou Pelé de 'Rei', ao vê-lo em ação na vitória por 5 a 3 do Santos sobre o América-RJ, no Maracanã, em 1958

- Matéria
- Mais Notícias
Diferentemente do que se possa imaginar, o título de Rei do Futebol para Pelé não veio somente após todas as conquistas amealhadas na carreira. Desde muito cedo essa 'aura' real já encobria aquele garoto nascido em Três Corações, em Minas Gerais. E a primeira vez em que Pelé foi chamado de Rei aconteceu quando ele tinha apenas 17 anos de idade.
Tal primazia aconteceu pelas mãos do jornalista e escritor Nelson Rodrigues (1912-1980). Segundo o jornalista Ruy Castro, autor de 'O Anjo Pornográfico', principal biografia de Nelson Rodrigues, foi em uma crônica de Nelson que Pelé pela primeira vez foi chamado de 'Rei do futebol' .
Ao descrever o duelo entre Santos e América-RJ, válido pela primeira rodada do então Torneio Rio-São Paulo, Nelson Rodrigues ficou encantado com o futebol de Pelé, tanto que sua crônica foi em cima da atuação do craque santista.
Batizada de 'A realeza de Pelé', a crônica dizia "Sozinho, liquidou a partida, monopolizou o placar", em referência à atuação de Pelé, que fez quatro dos cinco gols assinalados pelo Santos na vitória de 5 a 3. O jogo foi realizado no Maracanã no dia 26 de fevereiro de 1958
- Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável - a de se sentir rei, da cabeça aos pés - escreveu Nelson na crônica publicada na revista Manchete Esportiva, do dia 8 de março de 1958.
- Quando ele apanha a bola e dribla um adversário, é como quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento. Até que chegou um momento em que não havia mais ninguém para driblar. Não existia uma defesa. Ou por outra: a defesa estava indefesa - escreveu Nelson ao descrever um dos gols de Pelé em que ele driblou três zagueiros antes de marcar.
Na crônica, Nelson também confessa ter tomado um susto ao descobrir a idade de Pelé: dezessete anos!
- É um menino, um garoto. Se quisesse entrar num filme da Brigitte Bardot, seria barrado. Mas, reparem: é um gênio indubitável! Pelé podia virar-se para Michelangelo, Homero ou Dante e cumprimentá-los com íntima efusão: 'Como vai, colega?' - encerrou Nelson.
- Matéria
- Mais Notícias
















