Opinião: ‘Eis um ‘Timão’ que apequenou-se e pratica o antifutebol’

Caso continue se ‘recusando’ a jogar bola, o Corinthians de Fábio Carille irá passar muito sufoco no Campeonato Brasileiro deste ano, como aconteceu em 2018

Montagem - Carille, Abel, Levir e Pará
Carille está na final do Paulistão, mas com o time jogando feio. Enquanto isso, Abel ainda não deu padrão ao Fla, embora tenha goleado o fraco San José, da Bolívia, e Pará treina muitos 'laterais'. Já Levir Culpi saiu atordoado do Atlético-MG (Divulgação)

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Importante é ganhar o jogo. Certo? O importante é conquistar o título? Certo? É, está certo. Mesmo jogando feio? Sim, mesmo jogando feio. Mas para quem já vivenciou tempo áureos do futebol brasileiro, como as décadas de 80 e 90, além da de 2000, não pode aplaudir isso. E eu - que tenho 44 anos de idade e 24 como profissional - não vou, pessoal! Muito menos concordar com torcedores apaixonados, embora entenda o lado deles, que querem ver o seu time levantando a taça. Pois bem. O Corinthians está na final do Campeonato Paulista e acompanhei a semana toda as manifestações, justamente que “o importante é ser campeão”.

O problema todo é que o Corinthians, desde o ano passado, abdicou de jogar futebol. Querendo ou não o time apequenou-se, encolheu-se e não jogou contra o Santos, na partida de volta da semifinal do Paulistão, como gigante que é. O Peixe massacrou e o Timão não viu a cor da bola, atuou com o regulamento debaixo do braço e praticamente não ameaçou a meta do seu adversário. Literalmente, para ser redundante mesmo, se recusou a jogar. Foi para a “loteria” dos pênaltis e teve que contar mais uma vez com as defesas do goleiro Cássio.

Aliás, quando o goleiro de um time é o melhor de qualquer confronto que seja, algo está errado, ainda mais quando esta equipe não cria nenhuma jogada de perigo e fica apenas na defesa. Foi o caso de Santos 1 x 0 Corinthians. Se ao menos tivesse jogado de igual para igual ou tentando jogar assim, eu estaria aplaudindo. Mas, como disse acima, quem viu (e não é viver de passado) grandes jogos, decisões inesquecíveis, não pode saudar esse antifutebol. Só um exemplo: estes mesmo torcedores e até técnicos (?) ficam de boca aberta quando veem Messi, Cristiano Ronaldo, entre outras feras, jogando o fino.

O Timão pode até ser campeão paulista, porém com esta filosofia não vai longe no Campeonato Brasileiro. Não vai mesmo. O que pode conseguir, no máximo, é chegar na final da Copa do Brasil. Pois foi assim, jogando feio, abdicando do bom futebol, que o Corinthians do então treinador Jair Ventura passou pelo Flamengo e sonhou com o título. Mas, graças aos deuses da bola, o Cruzeiro soube sair desta armadilha e foi, merecidamente, campeão.

Na mesma competição, apesar de dois 0 a 0, Palmeiras e São Paulo buscaram o jogo, criaram chances. Não foi uma disputa glamourosa, de encher os olhos, porém o futebol não foi esquecido, como tem feito o Corinthians. No Choque-Rei a decisão ficou para as penalidades. Passou quem foi melhor na tal “loteria”. Bom, que Fábio Carille consiga (ou tente ao menos) que o seu time seja, no mínimo, fiel às tradições e proporcione, junto com o São Paulo, uma final inesquecível. Desta vez não pode reclamar do calendário. Teve a semana inteira para fazer os últimos ajustes, se é que tem. Se for para “não” jogar, melhor nem entrar em campo. Enfim...

+ TOQUES NA COLUNA


Levir Culpi e as trapalhadas:
Não resistiu à goleada sofrida para o Cerro Porteño. Pudera. O Atlético-MG queria tanto a Libertadores, que, agora, só milagre. Com apenas três pontos, precisa ganhar seus dois próximos jogos e ainda torcer por uma combinação de resultados para chegar às oitavas de final. Pior: atordoado, o ex-técnico chamou o Cerro Porteño duas vezes de Peñarol e, se referindo à final, contra o Cruzeiro, disse: “pelo Campeonato Mineiro”. É crítico! É hora de renovação! Isso serve para qualquer área, até mesmo no jornalismo. Não basta só apontar erros, tuitar e ditar regras, é preciso produzir, elaborar...

Abel e os laterais do Pará:
E o Abel Braga, hein?! Suando frio para encontrar um padrão de jogo no recheado (e milionário) elenco do Flamengo. Chegou a final do Campeonato Carioca aos trancos e barrancos e “briga” para não deixar a torcida novamente no “cheirinho” na Libertadores. Ah, goleou o San José nesta quinta-feira. Os 6 a 1 não passou de obrigação, pois o time boliviano é muito fraco e atuou com menos um jogador desde os quatro minutos do primeiro tempo.   

No Fla-Flu do sábado passado, o treinador (?) disse que o seu time criou muitas chances e lembrou os laterais do Pará para a área adversária. Foram sete nos primeiro 29 minutos da partida. É, pessoal, ele considerou jogadas de gol. Não é possível que faça apenas isso nos treinos fechados. Apesar de favorito, pelo visto, vai passar sufoco contra o limitado Vasco na decisão do Estadual e o primeiro jogo é neste domingo. Haja coração!

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