Luiz Gomes: ‘Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro e Vasco: bons e maus fluidos para 2022’
Incertezas perseguem os vencedores, como o Verdão, ou os derrotados como o Rubro-Negro na Série A, o Cruz-Maltino e a Raposa, na Segundona
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Está chegando ao fim. Ainda existem, é verdade, dúvidas de quem vai cair, quem fica na Libertadores ou na Sul-Americana. Mas, com as principais posições do Brasileirão já definidas, o foco agora se volta para 2022 e o que virá pela frente. Incertezas perseguem os vencedores, como o Palmeiras, ou os derrotados como o Flamengo na Série A, Vasco e Cruzeiro, na Segundona, só para dar alguns exemplos.
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Mas vamos por partes.
Passada a euforia do tri da Libertadores e o calor das comemorações, a nova presidente do Palmeiras, Leila Pereira, já abre seu mandato com uma prova de fogo: manter Abel Ferreira no comando do time. Seria certamente, bem mais simples, fosse essa apenas uma questão financeira. Mas, como se sabe, há muito mais coisas em jogo, há planos europeus na cabeça do treinador e resistência de sua família em transferir-se para o Brasil. Portanto, mais do que seus dotes para tratar de assuntos ligados ao dinheiro, Leila terá de gastar saliva numa conversa de mulher para mulher com dona Karina Alexandre, a esposa do treinador. O ponto de partida.
No Flamengo, após a temporada vazia de títulos, as conversas de que é preciso mudar começaram tão logo o juiz subiu o braço pondo fim ao confronto de Montevidéu. A saída de Renato Gaúcho, de um lugar para onde ele não deveria sequer ter sido convidado, aliás, foi a primeira medida tomada. Sacramentada a reeleição de Rodolfo Landin fala-se em defenestrar a velha guarda – nomes como Filipe Luiz, Diego Souza, Diego Ribas, e outros. Fala-se na necessidade de mudar o comando do departamento de futebol, na demissão do médico Marcio Tanure, um dos escolhidos como Cristo pela falta de conquistas na temporada – e curiosamente alguém, ou o único membro da comissão do título de 2019 que JJ tentou levar com ele quando voou de volta à terrinha. Seria ele tão ruim assim?
O problema do Flamengo, não é de nomes. É de organização. E, em boa dose, de princípios. Não há projeto que resista à ciranda de técnicos a que o rubro-negro vem sendo submetido desde a saída de Jorge Jesus. Técnicos de estilo, métodos e ideologias díspares, por vezes antagônicas. Não há relacionamento possível quando se tenta sempre tirar vantagem em tudo, impor interesses, ações e posições contra tudo e contra todos. Não há estabilidade quando as vozes de redes sociais e dos gargarejistas de plantão se fazem ouvir acima da razão.
O Flamengo precisa mudar para manter-se onde chegou e recuperar no campo o espaço perdido.
Reestruturação ainda maior, para antes de voltar a ganhar, sobreviver – ou renascer - precisam fazer os gigantes perdidos na Série B. E o desafio será enorme. O começo não é estimulante. Ao invés de olhar para frente, Cruzeiro e Vasco parecem, cada um a seu modo, amarrados ao passado.
Na Toca da Raposa, a volta de Alexandre Mattos, o homem dos últimos títulos – e da gastança desenfreada - surge como solução. Será a terceira passagem pelo clube, ele foi diretor de futebol entre março de 2012 e dezembro de 2014, quando o Cruzeiro foi duas vezes campeão brasileiro (2013 e 2014). Mas em nada ajudou no retorno em 2020 quando o buraco já tinha se aberto. E mesmo entre os reforços, Maicon já voltou, nomes como Valdir Bigode, Romero, Ramon e outros que já passaram pelo clube aparecem na lista de especulações.
No Vasco, por fim, o passado se faz presente na eterna picuinha entre grupos e grupelhos políticos que desde a passagem de Eurico Miranda se engalfinham na disputa pelo poder no clube. O plano de transformação do futebol do clube em empresa, proposto pela gestão de Jorge Salgado, antes mesmo de passar uma análise mais detalhada, já virou alvo de ataques de beneméritos e grandes beneméritos. Um círculo vicioso que vai corroendo o cruz-maltino, onde todo mundo é contra tudo mas ninguém tem solução para nada.
Semana que vem falamos de perspectivas de outros clubes Brasil afora.
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