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Luiz Gomes: ‘Clubes têm de manter união e preservar dignidade de jogadores’

'É fundamental que grandes e pequenos, da Série A à Série D e aos que só disputam os estaduais, os clubes se mantenham unidos'

Veja na galeria o time-base de cada um dos clubes de maior torcida em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul
imagem cameraCoronavírus impõe grande desafio aos clubes (Montagem: Lucas Barboza/Lancenet!)
Dia 23/03/2020
19:27
Atualizado em 24/03/2020
07:30

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A pandemia do coronavírus está conseguindo algo que o futebol raramente assistiu: fazer com que a cartolagem deixe de lado o amadorismo, a rivalidade e o passionalismo em busca de soluções conjuntas, o único caminho para enfrentar e vencer o momento atual. Não será uma tarefa fácil. A paralisação dos campeonatos por um tempo que ninguém sabe o quanto vai durar exige atitudes firmes que, ao mesmo tempo evitem mergulhar os clubes num buraco financeiro sem fundo e protejam os jogadores, ameaçados pelo desemprego com o achatamento do mercado de trabalho.

O primeiro passo foi dado na semana passada com a reunião online da Comissão Nacional de Clubes. Ali, representantes do Palmeiras, Fluminense, Atlético-MG, Grêmio, Bahia, Avaí e Paraná prepararam a minuta de um acordo com sindicatos de jogadores. Propostas que não diferem muito do que vem sendo posto em prática por empresas comerciais, a indústria e o setor de serviços cruelmente atingidos pelo vírus. Os clubes estão correto ao defender num escalonamento da gravidade das medidas a serem aplicadas, de forma a atenuar os prejuízos inevitáveis aos jogadores, suas comissões técnicas e funcionários dos departamentos de futebol.

A saber: férias coletivas de 30 dias, entre o final de março e o final de abril; após esse período, se os campeonatos não retornarem, redução por um mês de 50% nos salários e valores do direito de imagem, seguida pela suspensão temporária do contrato de trabalho até que as atividades sejam retomadas, com a prorrogação dos prazos de validade dos vínculos atuais pelo mesmo período da suspensão. As rescisões seriam parceladas em até cinco vezes. A negociação está aberta, a proposta está nas mãos dos sindicatos dos jogadores que analisa ponto a ponto

Uma questão central, contudo, tem de ser a posta à mesa de discussão: não se pode tratar diferentes como se fossem iguais. A situação nos clubes pequenos, ainda que um acordo como o proposto pela comissão nacional seja acatado pelos sindicatos de jogadores, é infinitamente mais complicada. O que pode minimizar os prejuízos do Mc Donald's pode de nada valer para evitar a falência do bar da esquina de nossa casa. Para um jogador do Flamengo, do Palmeiras, da maior parte dos clubes da Série A, redução de salário e até a suspensão de contrato tem um peso. Para quem joga no Madureira, no Mirassol, é a comida que faltará na mesa, o dinheiro da escola dos filhos.

Medidas complementares têm de ser tomadas de imediato. E aí, são decisões que vão além do que os clubes podem fazer. Cabe ao governo – por mais contraditório que isso pareça em relação ao que sempre pregamos pela moralização do futebol – suspender por quanto durar a inatividade o pagamento das dívidas, inclusive as parcelas do Profut, o programa de renegociação e socorro aos clubes. E, principalmente, cabe à CBF, que sempre se opôs à autonomia dos clubes, combatendo a formação de um liga, assumir o seu papel como gestora do futebol brasileiro, socorrendo seus filiados, diretamente ou através das federações, com a abertura, por exemplo, de linhas especiais de crédito para que os pequenos possam pagar salários durante a crise e se manter vivos até bola voltar a rolar.

É fundamental que grandes e pequenos, da Série A à Série D e aos que só disputam os estaduais, os clubes se mantenham unidos. E que se busque o entendimento permanente com as representações dos atletas. Rivalidades devem ficar para dentro do campo, quando o jogo recomeçar. E, quem sabe, depois do vírus, surja enfim a sonhada e necessária Liga Nacional.

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