LANCE! Espresso: Veja o video que o Palmeiras usa como prova para anular a final do Paulista
Imagens divulgadas são no mínimo um indício relevante de que pode ter havido comunicação entre os árbitros e personagens fora do campo na desmarcação de pênalti

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A existência ou não de interferência externa no jogo que decidiu o Paulistão precisa ser investigada para valer. Imagens divulgadas ontem, com uma ampla visão do tumulto no campo, após a marcação do pênalti contra o Corinthians, são no mínimo um indício relevante de que pode ter havido comunicação entre os árbitros e personagens fora do campo para levar Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza a voltar atrás na sua decisão. Veja o vídeo aqui. O próprio diretor de arbitragem da Federação Paulista, Dionísio Roberto Domingos é visto conversando com um dos auxiliares que depois procura o quarto árbitro passando algum tipo de informação. A interferência externa, como se sabe, não é permitida pela Fifa. É com base nisso, o que considera uma prova irrefutável, que o Palmeiras entrou no TJD com um pedido de impugnação da partida, cobrando que todos os citados sejam chamados a depor. O caso agora está nas mãos dos auditores no Tribunal. Ainda que o resultado do jogo e o título corintiano sejam mantidos – o que é o mais provável, segundo especialistas em direito esportivo – uma dura punição a todos os envolvidos se faz obrigatória, caso as suspeitas do Verdão se concretizem.
Público interno
O rompimento do Palmeiras com a Federação Paulista tem uma motivação mais interna do que outra coisa. Ao apontar o favorecimento e os privilégios do Corinthians dentro da FPF, os dirigentes palmeirenses caíram na própria armadilha: reconheceram sua fraqueza política, sua incapacidade de influenciar na entidade que comanda o futebol do estado. E atribuíram ao rival o poder de fazê-lo. Ou seja, a emenda saiu pior do que o soneto. Ao distribuir a carta para a torcida, boicotar a festa de premiação, fazer exigências para o Paulistão 2019, ameaçar jogar com a base e, por fim, pedir no TJD a impugnação da final, o presidente Maurício Galliote não tem mais por objetivo apenas “vingar” a derrota de domingo no dérbi, destacar um erro da arbitragem ou o descumprimento da regra contra a intervenção externa. O que tenta, além disso tudo, é livrar-se também do selo de um dirigente fraco, omisso na defesa dos interesses do Palmeiras e que não se impõe além dos muros do clube. Tenta limpar sua imagem, enxugando os estragos que o chororô desmedido provocou. Tudo, no fundo, tem boa dose de jogo de cena. Se der certo – e a final acabar anulada, por exemplo, ou o árbitro for punido -, terá matado dois coelhos com um tiro só.
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