LANCE! Espresso: Só o Santos pode impedir que o Pacaembu vire um gigante adormecido

A Prefeitura de São Paulo faz festa, mas o torcedor olha com desconfiança. Foi assinado ontem o contrato de concessão do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu. O complexo, que passará em breve por obra de modernização, será administrado pelo Consórcio Patrimônio SP, que arrendou o espaço pelos próximos 35 anos pelo valor total de R$ 111 milhões. Mudanças drásticas devem ocorrer no local, como a demolição do tobogã, a famosa arquibancada que dará lugar a um prédio comercial, e a redução em sua capacidade - de 40 para 26 mil lugares. Após a reforma, o consórcio pretende fazer no máximo 15 jogos por ano no local, o que é frustrante para um estádio de fácil acesso na cidade e repleto de história. Mas há esperança de uma reviravolta. Segundo o jornalista Demétrio Vecchioli, o Santos já se movimenta para acertar uma parceria com o consórcio vencedor. O Peixe costuma ter bom público quanto atua em São Paulo, algo impossível na Vila Belmiro, limitada a 16 mil lugares - quando o time não vive boa fase, o público não chega nem a isso. Não se pode ignorar a identificação com a cidade litorânea, mas a necessidade de aumentar a receita tende a aproximar ainda mais o Santos do habitat de seus principais rivais. "Se a Vila lotasse todo jogo, com 14 ou 15 mil, não precisaria jogar em São Paulo", disse o presidente José Carlos Peres, em maio, rebatendo algumas declarações de jogadores e comissão técnica a favor da Vila. Ainda que esteja pensando apenas em suas metas, o Santos pode ser o clube que impeça o Pacaembu de virar um gigante adormecido por casamentos, festas infantis e lançamentos imobiliários.

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