LANCE! Espresso: CBF faz campanha pela manutenção do absurdo no futebol brasileiro

Cenário vai se tornando cada vez mais grosseiro, arbitrário e desprovido de sensibilidade

Rogério Caboclo foi eleito presidente da CBF
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“Porque vocês estão fodidos se não tiver [competição]. Eu assumo o ônus de todos vocês". A fala, revelada pelo jornal 'O Dia', é do presidente da CBF, Rogério Caboclo, dita aos presidentes de diversos clubes durante reunião virtual em 10 de março.

De forma teatral e autoritária, o dirigente se julga acima de todas as autoridades e coloca a questão financeira como justificativa para peitar as decisões de prefeituras e governos estaduais em relação à nova paralisação de torneios, diante do agravamento dos índices da pandemia no País. "Eu não vou estar à mercê de nenhum deles", disse Caboclo em outra passagem.

Mesmo sem conseguir impedir sucessivos surtos entre times da Série A na última edição do Campeonato Brasileiro, a CBF reforça a falácia de que confia em protocolos ilusoriamente seguros. Com anuência dos clubes, estes também alinhados com as federações, o cenário vai se tornando cada vez mais grosseiro, arbitrário e desprovido de sensibilidade.

Em São Paulo, um circo itinerante para cumprir o calendário, no Rio de Janeiro, decisões desencontradas sobre as cidades liberadas para a realização das partidas. Campeonato suspenso em Minas Gerais, bola rolando normalmente no Rio Grande do Sul. A CBF, tradicionalmente alheia a assuntos críticos do futebol brasileiro, desta vez faz campanha pela manutenção do absurdo.

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