Junior Lopes relembra período como auxiliar e revela foco em seguir a carreira de treinador

Em entrevista ao LANCE!, filho de Antônio Lopes falou sobre a importância do mercado lhe ver como um técnico de futebol

Junior Lopes
Junior Lopes também falou sobre a demissão do Vasco (Foto: Arquivo Pessoal do Profissional)

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Após uma carreira vitoriosa como auxiliar técnico, Junior Lopes está focado em trabalhar, de vez, como treinador. Em entrevista exclusiva ao LANCE!, o filho de Antônio Lopes revelou que já recebeu convites para o cargo de auxiliar, mas não aceitou. O profissional já tem experiência como técnico de futebol e pretende começar um projeto já no Estadual deste ano.

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- Eu já estou com isso na cabeça há muito tempo. Vou dar seguimento à carreira de treinador porque, se não, a gente fica muito ora uma coisa, ora outra, e as pessoas não te visualizam numa função no mercado. O mercado acaba te vendo como auxiliar e a minha intenção é ser treinador. Estou querendo aguardar e fazer um projeto bacana como treinador.

Junior Lopes admitiu que sempre teve mais vontade de ser treinador do que de ser jogador de futebol. De acordo com ele, o sonho era direcionado para as questões de tática e de estratégia. Lopes revelou que, desde os 14 anos de idade, fazia relatórios para o pai por conta própria.

- Antigamente não era a globalização que é hoje. Então, me lembro de campeonatos brasileiros em que, às vezes, ele estava fora do estado trabalhando e ia jogar contra um adversário que vinha jogar no Rio. Aí eu ia ao Maracanã ver jogo para fazer relatório para ele. E isso por minha iniciativa, nunca foi um pedido do meu pai. Então, sempre tive muito mais a vontade de ser treinador do que de ser jogador.

A primeira experiência de Junior Lopes no futebol começou no dia 1º de maio de 1996 como estagiário do Botafogo. Ele lembra que o clube vivia dificuldades financeiras e, por isso, tinha que se desdobrar para ajudar a resolver os problemas do Alvinegro Carioca. Naquela época, havia um temor muito grande em mandar jogadores embora. Isso ocorreu pelo trauma de dispensar Edmundo, que mais tarde virou ídolo do rival Vasco.

Na virada de 1996 para 1997, Dé Aranha substituiu Carlos Roberto, que tinha ido para a Tailândia, para ser o novo técnico do sub-20 do clube. Tinham 60 jogadores inscritos e 40 para fazer experiência no clube. Dé avisou a Junior que ele teria de reduzir o elenco de 100 jogadores para 33 – três atletas de cada posição. Junior reduziu o número de 60 inscritos para 33 e pediu a Dé que concedesse uma chance a dois jogadores do grupo de experiência.

- Um era o Léo, o Leonardo Moura. Na época não era nem Léo, era Leonardo e o outro era o Cauê, um “meiazinho”. Eram meus dois meias, eram os dois melhores daqueles 40 praticamente, então, começaram o trabalho conosco. Os 33 viraram 35, e o Dé gostou e os inscreveu 15 dias depois. O Cauê não foi muito adiante, mas o Léo Moura virou o que virou.

TRABALHO COM GRANDES TÉCNICOS DE FUTEBOL

Junior Lopes afirmou que a carreira do pai, Antônio Lopes, no futebol serviu como um incentivo natural no esporte. Além de Antônio, Junior destacou que Vanderlei Luxemburgo, com quem trabalhou por vários anos, também é uma figura importante para a profissão.

- Ele (Antônio Lopes) foi minha grande referência profissional, assim como o Vanderlei foi muito importante, mas trabalhei com vários outros treinadores como Cuca, Márcio Araújo e agora com o Mano Menezes. Também com o próprio Ramon, Paulo Campos, Miguel, o Dé. Então, nós vamos tirando um pouquinho de cada um, mas, logicamente, tem coisas que você não concorda e aí você vai fazendo a sua personalidade profissional.

- Meu pai é, logicamente, uma bandeira para mim, é uma referência muito grande, assim como o Vanderlei, mas tem coisas deles dois – que são minhas principais referências – que eu também não concordava e faço diferente. Isso aí é natural.

ÚNICA EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL

Convidado pelo técnico Paulo Campos, com quem trabalhou no Fluminense, Junior Lopes foi auxiliar do Asteras Tripolis, da Grécia. O time, que estava na segunda divisão, nunca tinha disputado a primeira divisão do futebol local. No entanto, isso mudou com a chegada de Campos e Lopes.

- Então, tinha acabado o primeiro turno, e o time estava em oitavo lugar na série B. O Asteras nunca tinha subido, me lembro que subiam três e desciam três e nós estávamos no meio da tabela porque eram 16. Estávamos naquela coisa de tentar dar uma arrancada, mas também de ficar preocupado para não cair para Série C.

- Chegamos lá e o Paulo fez um trabalho fantástico – eu fui como auxiliar dele – e acho que perdemos um jogo só no returno, acabamos classificando e, na última rodada, fomos campões. Era por pontos corridos. Foi uma festa imensa na cidade. Trípoli é uma cidade bem pequena, acho que 40 mil habitantes, então foi uma festa e experiência incrível.

DEMISSÃO DO VASCO

Ao L!, Junior Lopes falou sobre a demissão de Ramon Menezes do Vasco a qual classificou como “um equívoco”. Lopes, que era o auxiliar técnico do Vasco na época, afirmou que eles faziam um bom trabalho no clube.

- Começamos bem o Brasileirão e, de repente, criou-se uma expectativa talvez até exagerada. Nós chegamos a ficar líder da competição e quando houve uma queda, o que é supernormal dentro desse campeonato, não houve sustentação do trabalho. Todas as equipes passam por essas alternâncias.

No mesmo dia da demissão de Ramon, Junior disse que lhe foi passado que ele dirigiria o time no clássico contra o Flamengo. No entanto, após trabalhar o dia inteiro na preparação para o duelo, recebeu a notícia de que seria demitido.

- Me passaram uma coisa de manhã e, depois, de noite me passaram outra. Eu acho que estava plenamente preparado ali para dar uma sequência no trabalho. Volto a dizer, primeiro foi um erro demitir o Ramon, segundo acho que, pelo menos para aquele jogo, eu deveria ter sido mantido. Não entendo, pelo que soube foram problemas políticos e é o que foi me falado também.

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