Gestão Esportiva na Prática: Série D 2025, a Fórmula UNO do futebol brasileiro
Competição pode ser comparada à extinta categoria do automobilismo nacional, onde o equilíbrio era absoluto

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A Série D do Campeonato Brasileiro, iniciada em 4 de maio, pode ser comparada à extinta Fórmula UNO do automobilismo nacional: uma categoria monomarca disputada entre 1992 e 1995, onde todos os pilotos competiam com carros Fiat Uno preparados de forma padronizada.
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Na Fórmula UNO, o equilíbrio era absoluto: motores sorteados, pneus iguais, ajustes mínimos e foco total na habilidade do piloto e na estratégia da equipe. Da mesma forma, a Série D é marcada por orçamentos modestos e estruturas semelhantes entre os 64 clubes participantes. Aqui, a vitória e o acesso à Série C dependem, por parte dos gestores, de ajustes precisos nos "motores" (estrutura), escolha do melhor "combustível" (logística), contratação do melhor "piloto" (treinador), escolha do seu time de trabalho (elenco), sua equipe de mecânicos (médicos, fisioterapeutas, fisiologistas, nutricionista, etc) e execução das melhores "paradas no boxe" (treinamentos, estratégias e ajustes táticos).
Nível de competitividade da Série D
Em 2024, Anápolis (GO), Itabaiana (SE), Retrô (PE) e Maringá (PR) conquistaram o acesso à Série C, demonstrando que, mesmo sem os maiores investimentos, é possível alcançar o sucesso com planejamento eficiente e execução precisa.
Na atual edição, após duas rodadas, apenas oito equipes venceram ambos os jogos iniciais e, depois da terceira rodada, esse número caiu para três. Com o término da sexta rodada, o equilíbrio segue imenso e apenas seis equipes ainda não foram derrotadas na competição. Isso evidencia o alto nível de competitividade da competição, onde qualquer deslize pode ser fatal.
Na Série D, tradição não garante sucesso
Clubes tradicionais como Portuguesa (SP) e Santa Cruz (PE), apesar de suas histórias ricas, torcidas apaixonadas e orçamentos que extrapolam bastante a média dos outros 62 clubes, enfrentarão os mesmos desafios que os demais. Na Série D, tradição não garante sucesso; é necessário competência, resiliência e adaptação.
Além disso, os 60 clubes que não conquistarem o acesso enfrentarão uma espécie de "rebaixamento simbólico", pois precisarão reconquistar a vaga para disputar a Série D no ano seguinte através de campeonatos estaduais e seletivas regionais.
Assim como na Fórmula UNO, onde a igualdade de condições exigia excelência em cada detalhe, a Série D é uma verdadeira prova de resistência e estratégia. Apenas quatro equipes cruzarão a linha de chegada com a bandeira quadriculada do acesso à Série C. Neste campeonato, não basta ser rápido; é preciso ser constante, preciso e estratégico para se manter na pista até o final.

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Felipe Ximenes escreve sua coluna no Lance! todas as quartas-feiras. Confira outras postagens do colunista:
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