Atual edição da Copinha consolida estratégia em antecipar revelação de talentos

Meninos de 15 a 17 anos ganham oportunidades e se destacam na principal competição de base do país<br>

Taça - Copinha
Troféu da Copa São Paulo de Futebol Júnior (Gabriel Santos)

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Nesta edição da Copa São Paulo de Futebol Júnior, os clubes não hesitaram em antecipar a revelação de alguns talentos. Atletas de 15 a 17 anos de idade receberam a oportunidade de atuar na competição de base mais importante do país e, para a euforia dos torcedores, estão correspondendo dentro de campo com dribles, gols e lances de efeito.

O Palmeiras, atual campeão do torneio, escalou o time mais jovem (18 anos) no elenco entre os grandes de São Paulo. Logo atrás, o Corinthians teve a segunda menor média de idade. Os dois times ainda sofreram baixas importantes no início da competição. Os atacantes Pedro, do Timão, e Luis Guilherme, do Alviverde, ambos de 16 anos, atuaram só na primeira rodada e depois foram liberados para defender a Seleção Brasileira no Sul-Americano Sub-20.

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Nesta edição da Copinha, assim como na anterior, os jogadores de 21 anos foram autorizados a participar por conta do cancelamento da competição em 2021 devido à pandemia de Covid-19. Apesar desta mudança na regra por parte da Federação Paulista de Futebol (FPF), os clubes têm adotado outra estratégia ao dar rodagem aos garotos que ainda estão distantes de estourar a idade do Sub-20.

Na visão do dirigente Gustavo Grossi, Gerente das Categorias de Base do Internacional, a Copinha deve servir como uma oportunidade para os atletas que ainda estão mais distantes do processo de transição para o time profissional.

- É um torneio de formação. Para aqueles que já estão perto do time principal, não vejo sentido que eles disputem a competição - explica.

O Inter, que está nas oitavas de final, chegou a escalar uma equipe com média de 16 anos de idade, no jogo contra o Oeste, pela terceira rodada. O mais novo que entrou em campo foi o meia Gabriel, que nasceu em 2007.

Júnior Chávare, diretor executivo de futebol do Juventude, com experiência em trabalhos voltados à captação e formação de jogadores ao profissional em clubes como São Paulo, Grêmio e Atlético-MG, entende que este “boom” de meninos de 15 a 17 anos na Copinha tem relação com um movimento do mercado e interesse financeiro dos clubes. Nesta edição, dos 21 garotos no plantel do clube jaconero, sete atletas com 17 anos atuaram, sendo que três deles foram titulares, e um com 16. A média de idade da delegação foi de 18 anos.

-Além dos clubes reconhecerem o talento desses jogadores, há uma estratégia por trás, de converter algum deles em uma venda lucrativa o mais rápido possível. Nos últimos anos, notamos que isso é uma tendência no futebol brasileiro, com os atletas, inclusive, estreando cada vez mais cedo no profissional. Ou seja, os clubes têm a convicção de que o custo-benefício da base será responsável por mantê-los vivos - acrescenta Chávare.

A realidade no futebol brasieiro é que os atletas estão sendo inseridos no mercado de trabalho cada vez mais cedo. No ano passado, o atacante Endrick, aos 15 anos, foi um dos principais nomes da Copinha. Além do título inédito conquistado pelo Palmeiras, a promessa terminou o torneio como o principal artilheiro da equipe, com seis gols anotados.

Não à toa, o clube paulista acertou a venda da joia por 60 milhões de euros (R$ 339,8 milhões, na cotação atual) ao Real Madrid, segunda maior transação da história do futebol brasileiro. O valor pode chegar até 72 milhões de euros, uma vez que o clube espanhol arcará com o pagamento dos impostos cobrados pela Receita da Espanha. O atacante, de 16 anos, foi negociado tendo jogado apenas sete jogos oficiais, dado que só ilustra a tendência das equipes do exterior em contratar jogadores cada vez mais jovens.

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