Projeto social da Fundação Barça beneficia mais de 4,5 mil crianças em comunidades no Rio de Janeiro

Programa de prevenção da violência entrou em vigor em 2012 no Complexo do Alemão e desde 2014 atua no Complexo da Maré. Fundação apresentou os resultados na última terça

Coletiva - Fundação Barcelona
Fundação Barça já ajudou mais de 4.500 crianças desde que chegou ao Rio de Janeiro, em 2012 (Leonardo Damico)

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O Barcelona é, reconhecidamente, um dos grandes clubes do mundo no aspecto do futebol, e no âmbito social não é diferente. Em 2012, a Fundação Barça chegou ao Rio de Janeiro com intuito de ajudar crianças e jovens em situações vulneráveis. Na última terça-feira, organizadores do projeto, que tem a Fundação Mapfre como parceira, apresentaram os resultados obtidos na Subsecretaria de Esporte e Lazer do Rio.

Instituído no Complexo do Alemão em 2012, o projeto migrou para o Complexo da Maré em 2014 e já soma o total de mais de 4.500 meninos e meninas beneficiados. O programa, que foca na prevenção da violência juvenil, se utiliza da metodologia chamada de FutebolNet, que significa futebol limpo. Na coletiva estavam presentes Maria Vallés, diretora geral da Fundação; Fátima Lima, diretora de sustentabilidade da Fundação Mapfre; Gustavo Freue, subsecretário de esportes e lazer; além de Edmílson, ex-jogador do Barcelona e Seleção Brasileira, que é um dos embaixadores do projeto.

- O Barcelona é mais que um clube. É mais que um clube pela proposta social que apresenta, tendo um dos pilares a Fundação Barça. Os jogadores do time são referências para milhares de crianças e poder utilizar esse poder para transformar socialmente as pessoas mais vulneráveis é importantíssimo. É a primeira vez que fazemos esse levantamento, com intenção de mostrar a transparência do projeto e melhorar o que for necessário - comentou Maria Vallés, diretora da Fundação.

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Maria Vallés, diretoria geral da Fundação Barça (Leonardo Damico)

O Programa ajuda crianças e jovens de 6 a 17 anos anos que se apresentam em situação de risco na Maré. O estudo realizado pela organização constatou alguns dos principais resultados obtidos nesse projeto, como: Assimilação de valores e melhora no comportamento, melhoria no rendimento escolar, redução de situações de conflitos e o respeito à diversidade.

Ainda conforme dito pela diretora da Fundação Barça, o projeto está em vigor em mais de 59 países e beneficia mais de 1,5 milhão de pessoas. Maria Vallés afirmou também que 1% do salário dos jogadores do Barcelona vão para os projetos sociais do clube. Seu Amaro, de 86 anos, é um dos coordenadores da Vila Olímpica da Maré e esteve presente no evento para agradecer e falar mais sobre o projeto, que segundo ele, muda vidas:

- A minha maior alegria e de todo o Complexo da Maré, foi quando o Barcelona chegou. A Fundação é um dos poucos projetos sociais que existem nas comunidades. Essas crianças estão muito expostas à condutas incorretas, à pegar em uma arma, querer algo que não podem ter no momento, e a educação pode transformar esses jovens. A violência se combate com a educação e por isso eu agradeço ao Barcelona por tudo que têm feito na comunidade - comentou o coordenador.

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Seu Amaro, coordenador da Vila Olímpica da Maré (Leonardo Damico)

Representado pela vice-presidente Sonia Maria Andrade, o Vasco da Gama se colocou à disposição da Fundação Barça para futuras parcerias sociais. Pentacampeão em 2002 com a Seleção Brasileira e multicampeão com o Barcelona, Edmílson também estava presente no evento. O ex-jogador de 42 é um dos embaixadores da causa e também tem seu próprio projeto social, a Fundação Edmílson, que beneficia crianças em Taquaritinga, São Paulo, cidade natal do ex-volante.

- Eu estive no projeto em 2015 e dei autógrafo pra mais de 500 crianças, além de bater uma bola com elas. O Brasil já teve grandes ídolos no futebol e hoje acho que faltam esses jogadores, que servem de espelho para crianças. Eu tenho orgulho de fazer parte desse projeto porque acredito que o investimento em educação é o ponto principal em um mundo melhor - afirmou o ex-atleta, que complementou falando sobre a infância.

- Meus pais viveram 30 anos catando laranja e eu os ajudava. Me identifico muito com essas crianças. Eu saí de uma situação bem adversa com um sonho de ser jogador, mas não para ter luxo, e sim de ajudar meus pais. Na formação do jovem, dos 8 aos 14 anos é onde se educa o ser humano. Eles precisam ser educados antes de se depararem com os primeiros vícios, para que haja tempo de mudar. Criei a Fundação Edmílson, onde também posso ajudar essas crianças e a palavra que define isso tudo é gratidão - encerrou o brasileiro.

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Ex-Barça, Edmílson também participou do evento (Leonardo Damico)

Ainda em vigor, o programa é renovado anualmente pela fundação catalã e não tem nenhum objetivo de caçar talentos nas comunidades do Rio. A diretora geral finalizou a coletiva dizendo que as dificuldades de se manter o trabalho existem, mas que o objetivo da Fundação é levar o projeto para outros lugares do Brasil.

- A continuação dos programas tem sempre empecilhos, de logística, econômica, assim como a maioria dos projetos. Mas nós sempre queremos fomentar o espaço de conhecimento para a comunidade. O programa revoluciona e traz resultados, então é de interesse do Barça em continuar. Estamos juntando todos os esforços para levar o FutebolNet para outros locais do Brasil. Não posso dar uma data concreta, mas é uma ideia que já está na pauta da Fundação - encerrou Maria Vallés.

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