Em nota oficial, PSG admite práticas racistas nas categorias de base

Documentos do "Football Leaks" trouxeram caso à tona; clube francês admitiu separação de atletas por etnia entre 2013 e 2018, mas garantiu não ter ciência da prática

Nasser Al-Khelaïfi tentou negociar com Cavani a compra dos pênaltis
Nasser Al-Khelaifi, dono do clube (Foto: THOMAS SAMSON / AFP)

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Nesta quinta-feira, o Paris Saint-Germain admitiu que priorizava franceses e brancos na hora de fechar contratos com jogadores da categorias de base. O caso veio à tona nos documentos do "football Leaks", divulgados pelo jornal francês Mediapart.

De acordo com o portal, o PSG dividia seus jogadores em quatro categorias: 'francês', 'magrebino (norte-africano)', 'africano' e 'das Antilhas'. Entre 2013 e 2018, período em que a prática racista esteve em andamento, o responsável pelo setor era Marc Westerlopp. Apenas um atleta negro foi contratado neste intervalo de cinco anos.

- O Paris Saint-Germain confirma práticas ilegais cometidas pelo sistema de recrutamento do seu centro de treinamento, dedicados a atletas de fora da França. Essas práticas são de responsabilidade exclusiva do chefe deste departamento. A direção geral do clube nunca teve conhecimento de um sistema de registro étnico dentro de um departamento de recrutamento, nem possuía um. Essas práticas traem o espírito e os valores do PSG - diz o comunicado oficial emitido pelo clube. 

Marc Westerlopp, olheiro do Paris Saint-Germain e responsável pela chegada de vários jovens jogadores ao clube francês, afirmou na época que recebeu orientação para equilibrar a 'diversidade', já que haviam muitos jogadores africanos e das Antilhas no elenco, e que a diretoria queria mais franceses.

Ainda de acordo com a nota oficial do Paris Saint-Germain, passado o fim da investigação interna, o clube se comprometeu a agir sob quatro princípios em suas contratações: definir uma metodologia controlada para aquisição de talentos, implementar um código de conduta, organizar um procedimento para 'alertas éticos' (permitindo denúncias e garantindo proteção aos atletas, independente de sua origem) e incentivar a promoção da diversidade.

O clube afirma que, à época, não estava ciente de quaisquer práticas racistas, que aconteceram internamente no departamento das categorias de base. O Paris Saint-Germain reforçou que a discriminação 'contraria os valores e o espírito' da instituição francesa.

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