Campeão da Champions pelo Barcelona, Edmílson fala sobre volta ao Camp Nou
Equipe blaugrana voltou a sua casa após quase três anos de espera

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Em uma rodada europeia agitada, o retorno do Barcelona ao Camp Nou, após quase três anos de espera, foi um dos grandes destaques. Quem comentou sobre o aguardado reencontro foi Edmílson, pentacampeão mundial e campeão da Champions pelo clube catalão. Em entrevista ao Lance!, o ex-defensor relembrou sua experiência no estádio e analisou o que significa ver o Barça de volta à sua casa renovada.
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Em evento promovido pela La Liga em parceria com o Espaço Iberia, Edmílson participou de um bate-papo sobre sua trajetória no futebol espanhol. Ao falar com o Lance!, o brasileiro destacou a força simbólica do Camp Nou e a influência do estádio na identidade do clube.
– É importante, não só para o torcedor e para o sócio, mas também para que o 'DNA Barça' volte a conquistar o Campeonato depois de tanto tempo. Boa parte da torcida blaugrana estava esperando este momento. E nada é melhor do que ver o jogo do Barça novamente no Camp Nou. É um Camp Nou com uma nova cara, com melhorias, apesar de ainda não estar 100% terminado. Isso demonstra uma importância muito grande, pois mostra a força que o Barça tem de jogar em casa com o público e com a energia da torcida – disse o ex-jogador.

Retorno do Barcelona ao Camp Nou
O retorno do Barcelona ao Camp Nou, após um longo período de reformas iniciado em 2023, acontece em um dos momentos mais simbólicos da recente história do clube. A última década foi marcada por turbulências, que colocaram em xeque a capacidade do Barcelona de se manter entre os protagonistas da Europa. Depois de viver sua era mais vitoriosa, o clube enfrentou uma sequência de erros administrativos, crise financeira profunda e perda de competitividade. A reabertura do estádio, ainda em fase inicial, não representa apenas o reencontro com a torcida: é peça central no processo de reconstrução econômica e esportiva.
O Barcelona passou por uma transformação significativa desde a crise deflagrada no fim dos anos 2010. O período teve o ápice de sua instabilidade com o 8 a 2 sofrido diante do Bayern, em 2020, queda precoce em competições europeias e a saída de Lionel Messi. A má gestão da era Josep Maria Bartomeu agravou a situação: contratações inflacionadas, salários fora de controle e decisões estratégicas equivocadas deixaram o clube afundado em dívidas.
O impacto da pandemia apenas ampliou o abismo financeiro. Com a paralisação do futebol e o fechamento dos estádios, o Barcelona perdeu entre 40% e 45% de sua receita anual – e o Camp Nou sempre foi um dos pilares do faturamento do clube. Sem público, a bilheteria desabou de quase 175 milhões de euros para pouco mais de 23 milhões. A folha salarial inflada e os empréstimos acumulados criaram um cenário insustentável. A renúncia de Bartomeu e a volta de Joan Laporta marcaram o início de uma tentativa de reorganização.
A nova gestão precisou recorrer a medidas emergenciais, como a venda de parte da Barça Studios e a antecipação de receitas de direitos de transmissão. Essas movimentações permitiram algum fôlego e abriram caminho para reestruturar o elenco. A chegada de Hansi Flick e o protagonismo da base – com nomes como Lamine Yamal, Cubarsí e Baldé – foram fundamentais para recolocar o time em um nível competitivo, mesmo sem grandes investimentos.
Mas, apesar da melhora esportiva, o clube continuou limitado pelo Fair Play Financeiro da LaLiga. As regras mais rígidas da liga espanhola restringem a inscrição de atletas e determinam que o gasto com salários não ultrapasse 70% das receitas. A dívida líquida também precisa se manter abaixo do faturamento anual – e, por isso, mesmo quando tinha recursos para contratar, o Barça esbarrava nas normas e via reforços aguardando registro.
É nesse contexto que o Camp Nou ganha papel estratégico. A volta ao estádio, mesmo com capacidade reduzida para aproximadamente 45 mil pessoas durante as obras, significa recuperação de uma fatia essencial da receita. No último ano antes da reforma, 2022/23, o Camp Nou representava quase 30% do faturamento total: cerca de 229 milhões de euros. Durante a temporada no Estádio Olímpico, o valor caiu praticamente pela metade, criando um rombo de cerca de 160 milhões ao longo de duas temporadas.
Para 2025/26, a projeção oficial é de 225 milhões de euros em bilheteria, mas especialistas indicam que o número pode ultrapassar 300 milhões, impulsionado pelo "efeito novidade". A expectativa é de aumento significativo no tíquete médio e na demanda por ingressos, especialmente quando a capacidade voltar gradualmente ao padrão original, que no fim da obra chegará a 105 mil torcedores.
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