Camisa 9, por que o número ficou para o centroavante?
Camisa 9 é sinônimo de artilharia, presença de área e a alma do ataque.

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Entre todas as camisas do futebol, poucas carregam tanto peso quanto a 9. Usá-la significa ser o principal responsável pelos gols, o homem de referência na área, aquele que define jogos. A camisa 9 representa o centroavante — uma função tão vital quanto simbólica dentro das quatro linhas.
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Ao longo da história, esse número esteve presente nas costas de jogadores que marcaram gerações, como Ronaldo, Batistuta, Van Basten, Lewandowski e tantos outros. Mas de onde surgiu essa associação entre o número 9 e o centroavante? E por que essa tradição continua tão forte até hoje, mesmo com a evolução tática do futebol?
Neste artigo, vamos explorar as origens, os significados e a evolução da famosa camisa 9. Vamos entender por que ela representa o goleador e como esse papel mudou (ou não) com o passar dos anos.
A origem tática
A numeração no futebol começou como um recurso funcional para distinguir os jogadores em campo, e era diretamente ligada às posições. Na formação 2-3-5, que predominou até a metade do século XX, os cinco atacantes usavam os números 7 a 11, da direita para a esquerda:
- 7: ponta-direita
- 8: meia-direita
- 9: centroavante
- 10: meia-esquerda
- 11: ponta-esquerda
Dessa forma, o número 9 era naturalmente atribuído ao jogador mais centralizado e avançado do time — o centroavante. Era ele quem liderava o ataque, recebia os cruzamentos e finalizava as jogadas. Era o “homem-gol”.
Com o tempo, mesmo quando as táticas passaram a adotar outras formações, como o 4-3-3 ou 4-4-2, a tradição da numeração permaneceu. Assim, o camisa 9 continuou representando o artilheiro, o definidor, o principal finalizador da equipe.
Os maiores camisas 9 da história
Ao longo das décadas, diversos jogadores lendários vestiram a camisa 9 e ajudaram a moldar sua simbologia. Alguns deles:
- Ronaldo Nazário: Um dos maiores centroavantes da história, o Fenômeno foi referência mundial na função. Sua explosão física, técnica apurada e faro de gol fizeram dele um símbolo da camisa 9 na Seleção Brasileira.
- Gabriel Batistuta: O ídolo argentino combinava força, precisão e instinto de artilheiro. Foi um dos grandes nomes da década de 1990.
- Marco van Basten: Ícone holandês, elegante e eficiente. Venceu a Bola de Ouro e eternizou a camisa 9 com gols espetaculares.
- Alan Shearer: Maior artilheiro da história da Premier League, com presença física e cabeceio dominante.
- Robert Lewandowski: Goleador letal do futebol moderno, manteve viva a tradição do centroavante clássico com números impressionantes.
Esses nomes são apenas uma amostra de como a camisa 9 está atrelada à elite do futebol ofensivo.
O papel do camisa 9 no jogo
O centroavante, historicamente, é o jogador mais próximo do gol adversário. Seu principal objetivo é converter as chances criadas pelos companheiros em gols. Para isso, ele precisa dominar diversas habilidades:
- Posicionamento dentro da área
- Finalização com os dois pés e de cabeça
- Controle de bola sob pressão
- Leitura de espaços entre os zagueiros
- Frieza em lances decisivos
Dependendo da escola tática, o camisa 9 pode ser mais móvel, recuar para armar o jogo ou até mesmo atuar como um “falso 9”, como ficou famoso com Messi no Barcelona de Guardiola. Ainda assim, a função essencial permanece: decidir o jogo com gols.
O 9 moderno: entre tradição e inovação
Nos últimos anos, vimos mudanças na forma como o centroavante atua. A movimentação fora da área, a participação na construção e a troca constante de posições com pontas e meias se tornaram comuns.
Ao mesmo tempo, alguns camisas 9 modernos resgataram o estilo clássico. Haaland, por exemplo, é um “9 raiz” com muita mobilidade. Benzema, por outro lado, é um camisa 9 que também atua como criador e construtor.
Mesmo com essa diversidade, a camisa 9 segue com sua mística. Ainda é vista como o número dos goleadores, dos ídolos, dos artilheiros que resolvem partidas.
A herança e a responsabilidade da camisa 9
Receber a camisa 9 em um clube ou seleção é mais do que uma escolha numérica: é uma responsabilidade. Torcedores esperam gols, atuações decisivas e postura de protagonista. Não é à toa que muitos jogadores evitam essa numeração, cientes da pressão que ela carrega.
No Brasil, por exemplo, vestir a 9 da Seleção é um desafio enorme, dada a história de craques que usaram esse número. A expectativa é sempre alta, o que torna o posto ainda mais simbólico.
Muito além de um número
A camisa 9 transcende sua origem tática. Ela virou símbolo de uma função essencial no futebol: a de marcar gols. Desde os primórdios das formações ofensivas até o jogo moderno, com seus conceitos sofisticados, o camisa 9 continua sendo uma referência.
Ele pode ser alto e forte, rápido e técnico, criador ou finalizador. Mas, acima de tudo, o camisa 9 é o artilheiro. É o jogador que os torcedores esperam ver balançando as redes — de preferência, muitas vezes.
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