Ex-Bota e Avaí, Renan quer o bi na Bulgária e vê Alvinegro forte no BR

Goleiro, hoje aos 28 anos, vê o Ludogorets abrir seis pontos no hexagonal final do campeonato local. Ele crê no Glorioso embalado após título do Carioca e virada no Chile

Renan - Ludogorets
(Foto: Divulgação)

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Quase um trintão, o goleiro Renan fala com a propriedade de quem já disputou alguns Campeonatos Brasileiros. E, a confiar na experiência do hoje camisa 1 do Ludogorets, da Bulgária, o torcedor botafoguense pode se animar para o restante do ano. 

Criado no Botafogo, onde chegou em 2006 e foi profissional de 2008 a 2015, ele ganhou dois Cariocas e uma Série B pelo clube. Mesmo de fora, vê o Alvinegro com condições de fazer um bom Brasileirão e surpreender o torcedor, que a cada semana lamenta-se com uma nova lesão séria em seus jogadores. A estreia é nesta segunda-feira, no Nilton Santos, contra o Palmeiras, campeão de 2016 e vice no ano passado. 

- Será uma competição difícil, como todas são, mas acredito que o Botafogo virá embalado após a conquista desse título importante do bom começo na Copa Sul-Americana, com mais uma virada no fim - comentou Renan, que fará 29 anos em 18/5 e convive com a expectativa de ser bicampeão nacional e disputar a Liga dos Campeões pela segunda vez.

Isso ainda antes de rasgar ainda elogios a Gatito, um dos heróis do título do Carioca, e Jefferson, muito ídolo da torcida alvinegra. Renan também falou do carinho que tem pelo Glorioso. 

- É difícil dizer, cravar, se o Botafogo tem os melhores goleiros do Brasil atualmente, mas pelo que consigo acompanhar daqui, garanto que está bem servido e é uma das melhores equipes no setor do país. E no continente também.  O Jefferson é um ídolo do clube, um goleiro de muita qualidade e com quem aprendi muito. O Gatito é um cara cheio de qualidades também, goleiro de seleção nacional, experiente e de muita personalidade. Fico feliz pelo sucesso de profissionais competentes como eles num clube pelo qual tenho tanto carinho.

- Sem dúvidas, é um clube que mexe comigo. É onde fui criado. Tenho um carinho muito especial pelo Botafogo, pela sua torcida e pelos profissionais que sempre trabalharam lá. Sempre que posso, estou acompanhando e torcendo à distância. Fiquei muito contente pelo título carioca - completou. 


Em alta na Bulgária
O time dele está no hexagonal final e já fez três dos dez  jogos desta fase. A pontuação é somada à da primeira fase e hoje o Ludogorets tem 75 pontos, contra 69 do CSKA Sofia, o arquirrival do Razgrad. O último triunfo foi no sábado, quando o time dele venceu o Levski, fora de casa, por 1 a 0.

Caso realmente venha, esta será a sétima conquista seguida do Ludogorets, o segundo de Renan, que chegou à Bulgária em janeiro de 2017, após um ano no Avaí, onde saiu idolatrado por ter sido importante na campanha que recolocou o Leão na Série A. Na Europa, começou como banco, mas hoje é titular, já jogou Liga Europa, Liga dos Campeões e vê o Ludogorets preparado para alçar voos maiores no continente.  

- Hoje, temos um campeonato mais equilibrado e com uma vitrine maior na Europa. Nesta temporada, enfrentamos times que são protagonistas em seus países e fizemos bons jogos...Vencemos o Hoffenheim, que foi a sensação na Alemanha durante meses e fizemos frente ao Milan. As portas estão se abrindo. É preciso ter fé e acreditar no trabalho. Um dia, quem sabe, não pinte uma oportunidade de atuar num grande centro europeu? Nosso objetivo é o hepta. Depois, podemos pensar alto na Liga dos Campeões. Mas é passo a passo. Precisamos viver e trabalhar muito no momento - opinou. 

Bate-bola

Adaptação: Como foi?

Quando cheguei na Bulgária, acreditava que seria mais difícil todo o processo de adaptação. Mas felizmente, tudo correu bem melhor. O clube me ajudou demais, disponibilizou tudo que era necessário para que eu me sentisse em casa, inclusive uma tradutora. Com o tempo, as coisas foram acontecendo também dentro de campo. Hoje, com minha família por perto, me sinto em casa. Sou e sempre serei muito grato ao Ludogorets por toda a ajuda e acolhimento que o clube e o grupo de jogadores tiveram comigo. Isso foi fundamental para que eu pudesse evoluir por aqui. 

Sofreu algum tipo de preconceito racial na Bulgária?

Graças a Deus, nunca. Pelo contrário, fui muito bem recebido e até hoje sou muito bem tratado pelo povo local e, sobretudo, pelos torcedores do Ludogorets.

Você disputou apenas um dos quatro jogos do Ludogorets nesta Liga dos Campeões. O time caiu ainda antes da fase de grupos e você pouco pôde fazer. Está muito ansioso, para, enfim, disputar uma Champions como titular?

Sim, sempre sonhei, como qualquer outro jogador. Batemos na trave nesta temporada, mas estamos nos preparando para fazer diferente na próxima. Ainda temos jogos difíceis pela frente para tentar concretizar este título búlgaro e estamos trabalhando demais para alcança-lo. Vamos viver jogo a jogo, momento a momento, porque a ansiedade só atrapalha no futebol.

Em 2016, o Avaí fez um turno regular e um returno espetacular, que culminou no vice da Série B, melhor campanha da segunda metade, acesso. De quebra, você virou ídolo. O que aconteceu naquele período para explicar tal façanha do Leão?

Soubemos tirar o melhor do nosso time. Todos os jogadores estavam bem comprometidos com a parte coletiva e nossos objetivos. Nos unimos e combinamos de lutar até o fim pelo acesso, que graças a Deus veio inclusive com um vice-campeonato. Era um time de muito brio, muito competitivo, que provou ser merecedor da vaga na elite. Foi uma das melhores campanhas que participei no futebol.

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