Retrospectiva 2020 – Coronavírus afetou a NFL, modificando o draft, alterando calendário de jogos e com surtos em dois times

Baltimore Ravens e Tennessee Titans tiveram que lidar com contágio desenfreado em meio à temporada 

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Ravens x Steelers foi adiado três vezes por causa do coronavírus (Karl Roser/Pittsburgh Steelers)

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Em um ano com situações inusitadas para a população mundial, impactada pela pandemia causada pela Covid-19, a temporada da NFL não ficou alheia aos acontecimentos e se viu às voltas com a “nova” realidade que o vírus impôs.

O primeiro caso da doença foi registrado nos Estados Unidos em janeiro, mas, com a rápida propagação do novo coronavírus, em março, a NFL começou a tomar medidas efetivas para enfrentar a situação. Funcionários da liga passaram a trabalhar de casa, mesma medida adotada pelas equipes e jogadores universitários que participariam do draft foram aconselhados a fazer as reuniões pré-seleção com as equipes interessadas de forma remota.

No princípio de abril, o futebol americano se deparou com “mais” uma situação inédita: o draft virtual. Através de um memorando enviado para todas as 32 franquias, a NFL deixava claro para o público que os general managers e head coaches teriam que escolher seus novos jogadores desde suas residências. Quem não se lembra da cena do cachorro de Bill Belichick, o simpático Nike “participando” das seleções do New England Patriots?

Três meses depois, nova medida da liga para combater a Covid-19: cancelar os jogos de pré-temporada. Após um impasse entre a NFLPA, a associação dos jogadores e a NFL - que propôs, inicialmente, a realização de uma partida - ficou definido que os confrontos de preparação dos times não iriam ocorrer. Outro acontecimento que marcou o mês de julho foi a garantia dada aos atletas em optar se participariam ou não da temporada.

Quando a temporada começou, os casos da primeira onda da doença ainda não haviam sido “controlados” nos Estados Unidos, algo que, de fato, nunca chegou a acontecer, com cada estado passando por uma situação diferente no enfrentamento à doença. Para contribuir no combate à propagação da Covid-19, a maioria das franquias adotou pelo público zero nas primeiras semanas da temporada. As únicas exceções foram o atual campeão, Kansas City Chiefs, que estabeleceu a cota de 22% da capacidade de torcedores desde a abertura da competição, contra o Houston Texans e o Jacksonville Jaguars, que limitou em 25% a presença de fãs.

Com a disputa em andamento, cada franquia foi se ajustando às suas realidades locais, estabelecendo quantidades pequenas de torcedores em seus estádios. Buffalo Bills, New England Patriots, New York Jets, Las Vegas Raiders, Los Angeles Chargers, New York Giants, Washington Football Team, Chicago Bears, Green Bay Packers, Los Angeles Rams e Seattle Seahawks compõem o grupo das equipes que não comercializam ingressos para seus torcedores em nenhum momento da temporada e nem permitiram a presença de familiares de jogadores e estafes em suas partidas.

No final de setembro, mesmo com a definição de um protocolo que tentava ser rígido suficiente para evitar o contágio do novo coronavírus entre os jogadores e membros das equipes, a NFL viu o Tennessee Titans enfrentar um surto de casos e o efeito em cadeia gerado pela situação. Preventivamente, Minnesota Vikings, último adversário enfrentado pelos Titans, optou por fechar seu centro de treinamentos para evitar ocorrências da doença em seu elenco. A liga também anunciou a remarcação da partida que envolvia o Tennessee e o Pittsburgh Steelers, originalmente definida para o primeiro domingo de outubro, para o dia 25 do mesmo mês, além de adiar por dois dias a partida contra o Buffalo Bills.

Las Vegas Raiders, Tampa Bay Buccaneers, Baltimore Ravens, outra franquia que teve que lidar com surto de casos da doença e, novamente, o Pittsburgh Steelers tiveram que passar por adequações de calendário para absorver os efeitos de uma temporada atípica. Já em novembro, depois que seus três quarterbacks, Drew Lock, Brett Rypien e Blake Bortles tiveram seus nomes inscritos na lista da Covid-19, o Denver Broncos teve que adotar a bizarra ideia de improvisar um jogador para a posição mais importante da equipe. Resultado, a franquia colocou o recebedor Kendall Hinton, que até então era membro de sua equipe de treinos, como QB na partida contra o New Orleans Saints. Hinton, obviamente, não rendeu no comando do ataque dos Broncos, completando apenas um passe de 13 jardas, em nove tentativas e sofrendo duas interceptações pela defesa dos Saints.

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