Band vê retorno de audiência com apostas no esporte e vai na contramão do streaming no Brasil
Emissora investe em competições e nomes consagrados no mercado e vê retorno de mídia e audiência em curto espaço de tempo
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Ao mesmo tempo em que os canais por streaming tem crescido de forma avassaladora no Brasil, como a transmissão do Paulistão pelo Youtube, do Cariocão por meio do Cariocão Play, ou do Paranaense e Catarinense sob a produção da NSports, os canais tradicionais e abertos também demostram força. O exemplo mais recente deste sucesso vem da Band, que na final entre Palmeiras x Chelsea, pelo Mundial de Clubes, liderou o ibope com 28 pontos em São Paulo, a melhor audiência da emissora desde 2000.
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Não é de hoje, alias, que a Band voltou a fazer jus ao jargão 'O canal do Esporte', tão famoso durante a década de 90 nas exibições de narrador Luciano do Valle nas programações de sábado e domingo. Ao tirar da Globo a exibição da Fórmula 1, a emissora fechou acordos de patrocínios com empresas multinacionais e conquistou retornos financeiros significativos.
- O Grupo Bandeirantes sempre se caracterizou pela força de seus programas, sejam eles esportivos ou de outros segmentos, e o investimento como parceiro comercial é uma certeza de compromisso sério e retorno de mídia, em razão da qualidade, do conteúdo e da força de seus comunicadores. Isso cria uma relação direta e transparente com seus telespectadores - explica Hans Scheiler, diretor de marketing da Casa de Apostas, que é parceira de alguns programas esportivos da emissora.
Durante o mês de janeiro e começo de fevereiro, a Band também exibiu a Copa Africana de seleções e surpreendeu com números na casa dos 8 pontos, considerados excelentes para a representatividade da disputa.
No entretenimento, o principal investimento para este ano foi a estreia do programa de Fausto Silva, que somou-se a outros grandes nomes globais que já estavam na emissora, casos de Zeca Camargo, Glenda Kozlowski, Sérgio Maurício, o experiente comentarista Reginaldo Leme e a repórter Mariana Becker.
- Estamos acompanhando uma nova etapa de redistribuição dos direitos esportivos, na qual a chave é a capilarizaçao e a não exclusividade. Várias plataformas estão sendo trabalhadas pelos detentores de direitos para alcançar uma maximização de audiência. Achar que a TV aberta vai deixar de ser relevante é uma inocência. Assim como querer exigir bloqueio das demais mídias para oferecer a primazia na TV aberta também. A Band tem sabido aproveitar bem esse momento - afirma Bruno Maia, CEO da Feel The Match e executivo de inovação no esporte. Ele é autor do Livro "Inovação é o Novo Marketing e diretor da série documental “Romário, o Cara”.
Para Fabio Wolff, diretor da Wolff Sports & Marketing e um dos organizadores do Brasil Ladies Cup, o sucesso do esporte da Band é algo que já está fincado no DNA da emissora.
- Possui grande tradição no esporte em função do programa esportivo que tinha aos domingos e voltou a estabelecer, em função dos campeonatos de futebol, de ter trabalho para o desenvolvimento de várias modalidades. E hoje o fato de ela ter o esporte como estratégia mostra que se distanciou por um momento do DNA dela, mas buscou se reestabelecer com isso, não à toa que comprou os direitos de F1, passou a transmitir o futebol feminino e outras modalidades. Apesar do crescimento do streaming, a TV aberta continua tendo uma força relevante, e quando você tem um bom conteúdo, isso gera uma boa audiência. Isso, por exemplo, foi o que a Band conseguiu colher com a F1 e o futebol feminino em 2021 - alertou.
O investimento no esporte e a diversificação das transmissões não é uma realidade apenas da TV Bandeirantes. Desde 2020, o SBT comprou os direitos de transmissão da Copa Libertadores e viu a audiência dobrar nos jogos dos times brasileiros, em especial nas finais entre Palmeiras x Santos, em 2021, e Palmeiras x Flamengo, em 2022.
Seguindo a mesma linha de investimentos no mundo dos esportes, a Record passou a transmitir o Campeonato Carioca, que até 2020 era exibido pela Rede Globo. A competição, forte no estado do Rio de Janeiro e nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, rendeu à emissora contratos e patrocínios de empresas relevantes, como a Ambev, a TIM e o banco BRB.
Na visão de Guilherme Figueiredo, CEO da plataforma de streaming brasileira NSports, o esporte é um dos conteúdos mais beneficiados com o crescimento tanto do streaming, a qual ele faz parte, como também dos canais mais tradicionais.
- Com a possibilidade de transmissão de vários eventos simultaneamente e em dispositivos diferentes, a oferta de conteúdo disponível cresce muito para o fã e ainda abre espaço para outras modalidades além do futebol, já que não há mais a competição por espaço na grade, apenas a disputa por atenção do espectador, que pode fazer a sua escolha".
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