Sem timidez e adaptado: como Michel Araújo mudou o time do Fluminense

Uruguaio demorou até encaixar no Tricolor, mas virou uma espécie de curinga no ataque de Odair Hellmann e se garantiu no time titular

Michel Araújo - Fluminense x Figueirense
Michel Araújo foi um dos destaques da partida contra o Figueirense (Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.)

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Tímido e ainda pouco conhecido quando desembarcou no Rio de Janeiro, Michel Araújo virou um dos grandes motivos para as boas atuações do Fluminense nas últimas partidas. Polivalente, ele possibilitou que Odair Hellmann trouxesse uma postura mais ofensiva e, mais recentemente, ajudou a liberar Nenê, a quem deu uma assistência no segundo gol da vitória por 3 a 0 contra o Figueirense, pela Copa do Brasil. A boa fase se traduz em um atleta cada vez mais à vontade no Tricolor e agora titular absoluto da equipe.

As amizades no grupo, especialmente com Fernando Pacheco, Muriel, Paulo Henrique Ganso e Nenê, ajudaram Michel Araújo na adaptação. Nas redes sociais, o uruguaio já se mostra mais à vontade, com imagens turistando pelo Rio de Janeiro, além de fotos e vídeos com os companheiros. A sintonia é mostrada em campo também. Adaptado ao futebol brasileiro, mais intenso do que de seu país natal, Michel chegou como um meia-atacante, mas hoje é visto quase como um curinga por Odair.

Hoje, o jogador pode atuar mais recuado, armando o jogo no meio ou aberto como ponta pelo lado direito, como vem acontecendo nas últimas partidas para que Nenê fique mais centralizado. Por enquanto ele marcou apenas um gol, no amistoso contra o Botafogo, e deu uma assistência no segundo gol do Tricolor contra o Figueirense na terça-feira. O meia-atacante ainda fez mais dois, um contra o Inter no Maracanã e outro diante do Athletico-PR, mas foram anulados. São 14 partidas, sendo cinco como titular.

Uma das principais críticas a Michel era a pouca ajuda na marcação, algo que a comissão tricolor ajudou a mudar. De acordo com o site "SofaScore", o atleta tem oito desarmes, 45 duelos ganhos no chão e três no alto. Já as virtudes passavam pelo talento, confirmado pelos recursos técnicos e pelo alto número de dribles nos jogos, e pela dedicação em campo, algo que vem sendo mostrado.

- O Michel chegou e foi evoluindo semana após semana. É um jogador que pode fazer várias funções. Joga aberto, pode ser meia, já usei como volante lateralizado para abrir espaço mais na frente. Está com confiança e é mais um jogador importante para que a gente tenha um grupo forte - disse o técnico Odair Hellmann em entrevista coletiva.

Nascido em Colônia do Sacramento, uma cidade pequena do Uruguai, ele estava no modesto Racing-URU antes de chegar ao Flu. Com uma vida humilde na infância, ele tem mais três irmãos e três irmãs. Antes de ser jogador, chegou a cortar grama, ser garçom de uma barraca de rua e passou fome. Aos 17 anos, quando foi para Montevidéu e passou no teste do Racing, descobriu que seria pai pela primeira vez. Michel pensou em desistir do futebol após uma experiência frustrada de dois meses na Espanha, mas seguiu com a força da família e chamou a atenção de clubes grandes em 2019, inclusive do Fluminense.

O clube das Laranjeiras comprou 50% dos direitos econômicos do jogador por US$ 800 mil dólares (cerca de R$ 3,3 milhões). O contrato de Michel Araújo é até o final de 2023. O Fluminense tem a opção de adquirir mais 40% dos direitos dele por US$ 1,2 milhão (cerca de R$ 6,7 milhões).

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