Fluminense 120 anos: aniversário tem bom momento em campo, reconstrução e adeus de ídolo

Tricolor era fundado em 21 de julho de 1902 e vive ano importante voltando a ser protagonista nas competições nacionais

Fluminense - 120 Anos
Fluminense completa 120 anos nesta quinta-feira (Arte Lance!)

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"A melhor ideia de todos os tempos" completa, nesta quinta-feira, 120 anos. Em 21 de julho de 1902, o Fluminense era fundado por Oscar Cox. A data em 2022 marca a celebração de um novo momento do clube. Esportivamente, voltando a sonhar com títulos dez anos depois de viver a última grande temporada. Fora das quatro linhas, a reconstrução financeira segue. O dia também é especial por um outro motivo: mesmo já aposentado, termina hoje o contrato de Frederico Chaves Guedes, talvez o maior ídolo da história da equipe.

Diferentemente dos últimos dois anos, quando a pandemia impediu celebrações grandes, os 120 anos serão comemorados em grande estilo. No próximo final de semana, dia 31, o clube promoverá em Laranjeiras a tradicional Flu Fest. Os ingressos já estão à venda e a atração principal é o cantor Ferrugem. Além disso, haverá o lançamento de uma camisa especial, vazada pela Umbro no site, entre outras ações nas redes sociais.

No campo, o momento é um dos melhores possíveis. A vitória de virada sobre o Goiás coroou a grande fase vivida pelo time desde a chegada do técnico Fernando Diniz. Internamente acredita-se que, mesmo com um investimento menor do que diversos concorrentes, o Fluminense pode sim sonhar com uma taça, seja no Brasileirão ou na Copa do Brasil, onde está nas quartas de final e encara o Fortaleza a partir da próxima semana.

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​Além disso, o Fluminense voltou a conquistar um título ao bater o Flamengo no início do ano pelo Campeonato Carioca. Com relação a investimentos, o time deste ano contou com o maior desde a saída da Unimed. Apesar de não ter havido grandes contratações em termos de valores e a dinâmica seguir sendo com atletas livres no mercado ou emprestados, o nível aumentou com os nomes. Nem todos deram resultado até aqui, mas alguns, como Germán Cano, se tornaram fundamentais.

As decepções ficaram por conta das eliminações na Libertadores (terceira fase) e na Sul-Americana (fase de grupos). Depois da campanha até as quartas de final na principal competição continental no ano passado com o gostinho de que poderia ter ido até mais longe, o Tricolor deixou muito cedo para trás o sonho de um título internacional. Agora, coloca as forças nas taças nacionais.

O ADEUS DE UM ÍDOLO

O 21 de julho de 2022 marca também o último dia de contrato de Fred com o Fluminense. Um dos maiores nomes da história do clube, o jogador se aposentou dos gramados no último dia 9 com uma bela festa no Maracanã e nesta quinta-feira encerra, enfim, o contrato como jogador profissional. São 823 jogos, 413 gols e 20 títulos.

O camisa 9 é o segundo maior artilheiro da história do Tricolor (199 gols), maior artilheiro da Copa do Brasil (37 gols), segundo maior artilheiro do Campeonato Brasileiro (158 gols) e o maior da Era dos pontos corridos, além de ser o segundo maior goleador brasileiro na Libertadores (25 gols). Com mais de 400 gols na carreira, o camisa 9 também entrou no top-15 de jogadores com mais partidas pelo Flu (382).

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Fred despedida
Fred se despediu do Fluminense com festa no Maracanã (Foto: MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE FC)

E AS CONTAS?

Apesar do momento mais otimista, o Fluminense continua em reconstrução. De acordo com o balanço financeiro, o clube fechou 2021 com déficit pelo sexto ano seguido, passando de um prejuízo de 2.922.000,00 em 2020 para R$ 2.059.000,00 no último exercício. Com relação ao passivo que envolve a dívida total tricolor diminuiu cerca de R$ 28 milhões: de R$ 768.835.000,00 em 2020 para R$ 740.757.000,00.

O aumento de 71% nas receitas do clube teve a ver com o bom resultado no campo ano passado, especialmente com a campanha até as quartas de final da Libertadores, patrocínios, venda de atletas (como Kayky ao Manchester City, da Inglaterra; a de Metinho para o Troyes, da França) e também as premiações do Brasileirão referentes a 2020 (estendido pela pandemia) e 2021.

A previsão é que os números esse ano sigam em crescimento positivo. O problema foram as decepções com as quedas na terceira fase da Libertadores e na fase de grupos da Copa Sul-Americana. Além disso, o clube segue com a grande necessidade de vender atletas. Até o momento, apenas a saída de Luiz Henrique foi concretizada - e bastante criticada pelos valores. Com relação aos salários, o clube está atrasado nos valores de junho, que venceram no quinto dia útil deste mês, além de uma parcela do 13º.

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ANO ELEITORAL

O 2022 do Fluminense é importante também por outro motivo fora do que diz respeito ao campo: em novembro acontecem as eleições do clube. O atual presidente, Mário Bittencourt, já admitiu que vai disputar novamente o pleito para tentar a reeleição. Ele assumiu o comando em 2019, depois da antecipação com a saída de Pedro Abad. Além dele, o único candidato já oficializado é Ademar Arrais.

A torcida entende que o Fluminense poderia ter uma força maior institucionalmente para assuntos como a reclamação com a arbitragem, por exemplo. Por outro lado, o clube tem sido protagonista no debate sobre a criação de uma nova liga no futebol brasileiro. Relembre aqui como foi o terceiro ano de mandato.

#NósSomosAHistória

Fundado por Oscar Cox em 1902, o Fluminense surgiu do desejo de em disseminar a paixão pelo futebol no Rio de Janeiro. As cores, que inicialmente eram cinza e branco, foram substituídas dois anos depois pelo tradicional verde, branco e grená. O clube tricolor foi responsável por construir o primeiro estádio de cimento da América Latina, o Estádio de Laranjeiras, sede do Campeonato Sul-Americano de Seleções (atual Copa América) e dos Jogos Olímpicos Latino-Americanos (atualmente Jogos Pan-Americanos). Além disso, foi palco do primeiro título relevante da Seleção Brasileira.

Desde Cox, o Flu coleciona uma lista extensa de ídolos na história. Preguinho, autor do primeiro gol da Seleção Brasileira em Copas do Mundo, Castilho, Fred, Assis, Rivellino, Telê Santana, Romerito, Waldo, Darío Conca, Washington, Didi, Carlos Alberto Torres, Gerson, Pinheiro, Gum, Branco, Ézio, Renato Gaúcho, Deco entre outros, já fizeram a alegria da torcida nesses 120 anos. Nas redes sociais, o clube utiliza a hashtag #NósSomosAHistória exatamente para exaltar os feitos ao longo dos anos.

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