Traficantes de pessoas utilizam redes de jogos on-line para aliciar possíveis vítimas, alerta ativista e influenciadora Danny Boggione

Sala de jogos on-lines e aplicativos de idiomas gratuitos são antros de golpistas. O tráfico humano sempre existiu, mas migrou fortemente para a internet na última década

Foto: Divulgação
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As redes de jogos on-line têm o poder de reunir cada vez mais jogadores de várias partes do mundo, o que nos últimos anos alavancou a já bastante lucrativa indústria dos games. Porém, como efeito colateral, essa facilidade de relacionamento atraiu também criminosos.

Entre eles, integrantes de quadrilhas de tráfico de seres humanos, modalidade que ocupa o terceiro lugar na lista de crimes mais rentáveis do mundo, perdendo apenas para o de armas e o de drogas, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas.

Porta-voz na luta contra o tráfico de pessoas, a ativista social e influenciadora digital Danny Boggione destacou os perigos existentes nas redes e afirmou que a melhor arma para se defender de possíveis golpes ainda é a prevenção.

"Sala de jogos on-lines e aplicativos de idiomas gratuitos são antros de golpistas. O tráfico humano sempre existiu, mas migrou fortemente para a internet na última década", frisou a ativista. "Como é um crime 'invisível' e muito elaborado, o principal remédio é prevenir."

De acordo com a brasileira radicada na Turquia, que é uma das principais rotas desse tipo de quadrilha, as emboscadas aparecem em forma de sedução emocional ou oportunidades vantajosas de trabalho, e, se não rechaçadas no início, podem acabar em tragédia.

"É importante as pessoas entenderem de uma vez por todas que salas de jogos e aplicativos de idiomas não são agências de emprego, são espaços para jogar e desenvolver a língua, nada mais que isso. Jamais acreditem em propostas surreais", avisa.

No caso de menores de idade, que são um terço das vítimas no mundo, Danny Boggione atenta para o estreitamento dos laços de confiança entre pais e filhos, tendo em vista que, na maioria dos casos, são pessoas de confiança da família que facilitam o sequestro.

"Pressupostamente, a criança não se desloca sozinha, então tem que ter o envolvimento de uma pessoa próxima: às vezes amigos, padrinhos, tios, vizinhos… Em relação ao mundo virtual, o monitoramento dos pais é muito importante. Mantenham um diálogo aberto, incentivando a criança a compartilhar suas atividades na internet sempre", aconselha.

No Brasil, as denúncias sobre tráfico de seres humanos e contrabando de imigrantes podem ser feitas através do disque 100 ou do número 180. Mas é importante ratificar que o ideal é sempre se manter informado para evitar ser mais uma vítima.

"A vítima perfeita é a que insiste em seguir desinformada. Se a proposta for perfeita, não aceite. Uma vez no exterior, as chances de resgate são mínimas", frisou a ativista, que possui larga experiência em resgate de brasileiras no exterior.

Fundadora do maior canal do Youtube sobre o Oriente Médio e região, com quase 400 mil inscritos, e com quase 100 mil seguidores no Instagram, Danny Boggione compartilha em suas plataformas casos que presenciou e dicas para se prevenir de golpes.

"É importante explicar que o tráfico de pessoas nem sempre tem fim sexual, embora seja a maioria. Mas existe também o sequestro para trabalho escravo, adoção ilegal, casamento forçado e tráfico de órgãos. Portanto, qualquer perfil está sujeito à vítima."

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