Corinthians: polícia aponta depósitos suspeitos na conta de Augusto Melo
Movimentações financeiras incomuns chamam atenção em investigação

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A investigação da Polícia Civil de São Paulo, que integra o pedido de habeas corpus do presidente afastado do Corinthians, Augusto Melo, revelou movimentações financeiras consideradas atípicas na conta bancária do dirigente. Entre dezembro de 2023, logo após sua eleição, e abril de 2024, pouco antes da crise envolvendo o patrocínio da VaideBet vir a público, foram identificados depósitos em dinheiro que somam mais de R$ 152 mil. A informação foi inicialmente publicada pelo "UOL".
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Os valores foram fracionados em pequenos aportes, muitos deles no limite de até R$ 2 mil, padrão que, segundo os investigadores, é frequentemente utilizado para dificultar o rastreamento da origem dos recursos. Logo após esses depósitos em espécie, a conta de Augusto registrava transferências via Pix, algumas de valores muito baixos - de até R$ 100 - com identificação dos remetentes.
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Um dos nomes que aparece nesses extratos é o de Carlos Eduardo Melo Silva, conhecido como Kadu Melo, sobrinho do presidente afastado e conselheiro do clube. Ele realizou algumas dessas transferências imediatamente após os depósitos.
A Polícia vê neste padrão uma estratégia de pulverização de dinheiro, comportamento que, segundo a investigação, também se refletiu na circulação dos valores pagos pela comissão do contrato de patrocínio da VaideBet - quantia que, de acordo com os autos, teria passado por empresas com vínculos diretos com o crime organizado.
Além das suspeitas sobre movimentações financeiras, os investigadores também apontam contradições nos depoimentos prestados por Augusto Melo sobre sua participação na intermediação do patrocínio. O inquérito apura a atuação conjunta de Melo com outros ex-dirigentes do Corinthians, como Marcelo Mariano, ex-diretor administrativo; Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing; e Alex Cassundé, empresário que atuou diretamente na formalização do contrato.
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Todos foram formalmente indiciados. Augusto Melo responde pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto qualificado, dentro de um esquema que, segundo a polícia, desviou parte dos valores do contrato para financiar atividades ligadas ao crime organizado.
Dezembro/2023:
◦ R$ 41.750,00 — 16 depósitos
Janeiro/2024:
◦ R$ 29.700,00 — 17 depósitos
Fevereiro/2024:
◦ R$ 18.250,00 — 10 depósitos
Março/2024:
◦ R$ 30.700,00 — 17 depósitos
Abril/2024:
◦ R$ 31.770,00 — 17 depósitos

O que diz o presidente afastado do Corinthians?
Em nota, Augusto Melo afirmou que todas as suas transações bancárias foram entregues voluntariamente à Polícia e que os valores movimentados estão devidamente declarados no seu Imposto de Renda. Ele explicou que é proprietário de um comércio e de um estacionamento, atividades nas quais parte do faturamento ocorre em dinheiro vivo, o que justificaria os depósitos em espécie na sua conta.
Todas as minhas transações bancárias foram entregues à Polícia para investigação por minha vontade. Os valores que ali constam todos em minha declaração de Imposto de Renda, feita anualmente.
Sou dono de comércio e de um estacionamento, muitas vezes o dinheiro que entra é em espécie e o meu pró-labore e de meus sócios são retirados em dinheiro vivo, para isso, eu preciso que seja depositado em minha conta.
Minhas contas e vida são limpas e estou sempre à disposição para esclarecimentos, seja do torcedor, da imprensa ou das autoridades responsáveis por quaisquer investigações.
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