ANÁLISE: seleção da Inglaterra chega ao fim de uma geração, com a próxima já pedindo passagem

Ao mesmo tempo que há jogadores que não terão condições de estarem na próxima Copa, jovens se destacaram neste ano e tendem a crescer ainda mais

Phil Foden e Saka - Inglaterra
Saka e Foden são dois atletas que certamente seguirão em alto nível na próxim Copa (Foto: EFE/EPA/Neil Hall)

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Derrotada para a França por 2 a 1 no último sábado (10), a seleção da Inglaterra está eliminada da Copa do Mundo. No Mundial em que Harry Kane certamente estaria no seu auge técnico e físico, o centroavante acabou deixando a competição com vilão ao perder um pênalti aos 40 minutos do segundo tempo, que poderia ter dado sobrevida aos ingleses, levando o jogo para a prorrogação.

Não há dúvidas que Kane tem boas chances de estar na próxima edição do Mundial, em 2026, mas dificilmente no mesmo grau de qualidade. Desde que explodiu para o futebol, não teve uma temporada que o atleta teve números ruins, e será difícil manter esse crivo tão alto por mais quatro anos, quando ele estará com 32. Mas ele é craque e não podemos duvidar que isso seja possível.

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E a seleção inglesa neste Mundial estava repleta de ‘Harry Kane´s’, no sentido de serem atletas que estavam no auge da idade e nível técnico e, assim, podem dar passagem para outros, mais novos, durante o próximo ciclo de Copa. Até porque essa convocação combinou atletas experientes, que disputavam a competição pela segunda ou até terceira vez, com jovens promissores que debutaram no torneio.

No gol, mais uma vez Jordan Pickford foi titular em todas as partidas. Com 28 anos, não é impossível que ele chegue em 2026 com 32 e condições de ser dono da meta. No entanto, Aaron Ramsdale está em seu retrovisor. Com 24 anos, o atleta é titular do Arsenal, líder do Campeonato Inglês.

Já no sistema defensivo, há nomes como os laterais Kieran Trippier e Kyle Walker, com 31 e 32 anos, respectivamente, que certamente passarão o bastão para outros. Trent Alexander-Arnold, com 23, é um desses atletas promissores na posição. Ele esteve com o grupo no Qatar, mas atuou somente alguns minutos do terceiro jogo da fase de grupos, contra País de Gales, quando a classificação da Inglaterra já estava decidida.

Alexander Arnold
Arnold não teve muitas chances nesta Copa, mas pede passagem para a próxima (Foto: Paul Ellis/AFP)

Na zaga, a tendência é que John Stones e Harry Maguire tenham encerrado o seu ciclo. Por sua vez, Ben White, do Arsenal, é um jovem jogador que tem aparecido muito bem. Por conta da boa temporada que vem fazendo neste ano, o garoto, de 23 anos, foi convocado por Gareth Southgate, mas pediu dispensa da delegação após o segundo jogo da Copa, alegando problemas particulares.

Mas é do meio-campo para frente que está o florescer da geração inglesa. Há muitos atletas que chegarão em 2026 no seu auge e já deram o seu ar da graça no Qatar. O jogador mais jovem do elenco, Jude Bellingham, pode ser considerado a grande revelação desta Copa do Mundo. Ele tem 19 anos e condições totais de disputar mais dois Mundiais em níveis altíssimos. Avaliado em 202 milhões de euros (R$ 1,1 bi, na cotação atual), ele é alvo de clubes como Chelsea, Liverpool, Manchester City e Real Madrid, da Espanha. Atualmente a promessa defende o Borussia Dortmund, da Alemanha.

Bellingham - Inglaterra x Senegal
'Maestro' Bellingham comandou o meio-campo da Inglaterra nesta Copa do Mundo (Foto: Paul Ellis/AFP)

Também há o companheiro de Bellingham na zona central: Declan Rice. Volante do West Ham, ele deve ser transferido para uma equipe de maior expressão no fim desta temporada. Rice tem 24 anos e, mantendo a sua sequência, independentemente do clube que estiver, chegará em 2028 no seu auge.

No ataque, Bukayo Saka e Phil Foden terminaram a Copa entre os titulares da seleção inglesa. O primeiro já era homem de confiança do treinador, mesmo com 20 anos. Já o segundo, fazia parte dos planos como coringa, para elevar a intensidade do time em situações específicas, mas terminou como titular do lado esquerdo ofensivo, principalmente após o incidente com Sterling, que teve a sua casa invadida por criminosos enquanto estava no Qatar e teve que voltar para Londres durante alguns dias.

Há outros nomes, como Conor Gallagher, Mason Mount e Marcus Rashford, que podem muito bem estar na próxima Copa com condições altas de serem titulares, fazendo a diferença para a seleção.

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No comando técnico, gosto do trabalho de Gareth Southgate, mesmo o treinador tendo batido na trave mais uma vez. Mas acho errado a estratégia da FA de garanti-lo somente até a disputa da Euro, em 2024. É importante que seja pensado um ciclo de quatro anos. Manter o profissional tem a sua importância. Ele conhece o grupo, tem um modelo de trabalho e sabe lidar com jovens, já que foi técnico do time sub-21 da Inglaterra antes de assumir a seleção principal. Não se sabe se Southgate vai ficar, mas a situação está a depender dele.

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