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Luiz Gomes: Athletico x Inter, uma final cheia de bons ingredientes

Há muito o que se ver na final que começa amanhã e termina no Beira-Rio, na próxima quarta. Decisão da Copa do Brasil está recheada de histórias

Athletico vai receber o Inter na Arena da Baixada, nesta quarta-feira (Foto: Ricardo Duarte/Internacional)
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Tudo bem que uma final de Copa do Brasil entre Grêmio e Internacional seria algo para entrar para a história. Talvez, o maior Gre-Nal de todos os tempos. Mas o confronto do Colorado contra o Athletico Paranaense está recheado de ingredientes que podem dar ao jogo um caráter todo especial, muito além de uma simples disputa de título.

Antes mesmo da bola rolar, já há o que comemorar. Num raro exemplo de bom senso, escasso entre a cartolagem tupiniquim, a diretoria do Furacão autorizou o Inter a treinar hoje na Arena da Baixada. Como se sabe, a grama da arena atleticana é artificial. O que faz toda a diferença para quem não está acostumado, muda a velocidade da bola, exige cuidados especiais na condução e nos passes. Jogar ali é sempre uma vantagem para os donos da casa.

Diferentemente dos torneios organizados pela Fifa, como a Copa do Mundo, quando as seleções têm o direito expresso de treinar no local do jogo, essa não é uma exigência da CBF. Assim, permitir que o adversário, ainda mais na véspera de uma finalíssima, faça um treino de reconhecimento em seu campo, foi um gesto nobre do Athletico. E foi um posicionamento tão surpreendente que a diretoria do Inter teve de alterar, de última hora, toda a programação da viagem para desfrutar do treino extra, antecipando para ontem a chegada à Curitiba. Os colorados, esperando a recusa do rival, haviam planejado treinar no estádio Passo D`Areia, do São José, em Porto Alegre, onde a grama também é artificial, embora com características diferentes da Arena da Baixada.

Outro atrativo do jogo é a possibilidade de dar ao técnico do Inter, Odair Hellmann. seu primeiro título de peso. Odair tem uma relação íntima com o Colorado. Foi ali onde começou a carreira em 1997, como jogador. Atuou também em clubes como Fluminense, América-RJ, América-RN, Remo, CRB, no futebol da Suécia e de Hong Kong, mas terminou os tempos de jogador de forma traumática: era um dos passageiros do ônibus do Brasil de Pelotas que tombou na BR 392, no interior gaúcho, em janeiro de 2009, matando o preparador de goleiros Giovani Guimarães, o zagueiro Régis Gouveia e o uruguaio Cláudio Millar, maior ídolo do clube xavante.

Nunca mais quis jogar, mas foi também no Inter que começou a carreira de treinador, no final de 2009. Foi assistente técnico do juvenil e do Sub-20 até virar auxiliar da comissão permanente dos profissionais, em 2013, tendo trabalhado com Dunga, Abel Braga e Diego Aguirre e Guto Ferreira. Sua efetivação como técnico se deu em 2018 depois de ter dirigido o time nas três últimas partidas da Série B, comandando a reestruturação do elenco. Há 22 meses no cargo é o mais longevo técnico do clube desde os anos de 1970 quando Rubens Minelli levou o time ao tricampeonato brasileiro.

Por fim, a conquista do título pode consolidar a mudança de patamar do Athletico no cenário do futebol brasileiro, O Furacão já ultrapassou, há muito as fronteiras do Paraná, distanciando-se cada vez mais dos rivais Coritiba e Paraná Clube. O primeiro título importante foi o campeonato brasileiro de 2001, mas foi nos últimos anos que aconteceu o grande salto, com a construção de um dos CTs mais modernos do país e a ampliação da Arena da Baixada, o que refletiu-se dentro de campo, com três títulos estaduais, mesmo sem jogar com o time principal, a participação em quatro Libertadores e a conquista da Copa Sul-Americana de 2018, já sob o comando do atual técnico, Tiago Nunes.

Portanto, há muito o que se ver no duelo que começa amanhã e termina no Beira-Rio, na próxima quarta. E, repetindo aquele ditado que vem desde a Grécia Antiga, que vença o melhor!