CAMPO NEUTRO: Mourinho, o ônibus, o engenho e a arte

José Inácio Werneck fala sobre assuntos em alta no mundo do esporte

José Mourinho
José Mourinho é um dos técnicos ventilados na Seleção Brasileira (FOTO: FILIPPO MONTEFORTE / AFP)

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Diz a imprensa europeia que José Mourinho se tornou nas últimas horas o candidato mais forte ao cargo de novo técnico da Seleção Brasileira. É mais uma das muitas especulações que se fazem quanto ao futuro da Canarinho. Pelo que leio nos jornais brasileiros, a escolha será feita no máximo no próximo mês, fevereiro.

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​Em termos de negociações envolvendo números altíssimos, não haverá tanto tempo assim para discutir. Na Roma, da Itália, José Mourinho ganha 200 mil dólares. Duzentos mil dólares... por semana. Sem contar prêmios e luvas pela assinatura

Mas a CBF, afinal, é uma entidade rica - e depois do que aconteceu com a Seleção Brasileira no Qatar, com aquele gol de contra-ataque da Croácia quando quem só precisava de contra- ataque era nosso time, não o deles - a CBF, repito, deve estar convencida de que Mourinho é mesmo o nome de que o Brasil precisa. Por que? Porque José Mourinho é conhecido como o homem que “estaciona o ônibus”. Esta é uma expressão que foi criada por ele mesmo quando ainda trabalhava como técnico em Portugal. Ela explica toda a sua filosofia: quando seu time está na frente no marcador, fecha todas as possibilidades de acesso à sua área.

Foi o que nos faltou no finzinho daquela partida: em três passes, a Croácia saiu de sua defesa para chegar à entrada de nossa área e desferir o chute que nos tirou (mas uma vez) da Copa. Lembrem-se: em todos os 120 minutos, a Croácia só acertou um chute em nosso gol. Aquele. A CBF deve achar que, com o ônibus de Mourinho, isto jamais aconteceria. Aguardemos o desenrolar dos acontecimentos

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Dizem que Mourinho também está na mira da Seleção Mexicana. Acho que, entre a Seleção do México e a do Brasil, Mourinho preferiria a do Brasil. Se ele vier, porém, preparem-se desde já os repórteres encarregados de fazer entrevistas com os técnicos ao fim das partidas. A razão é simples: José Mourinho tem, em quatro ou cinco idiomas diferentes, a capacidade de ser o mais irônico, mordaz e desdenhoso técnico de futebol com que a imprensa mundial já teve a necessidade de lidar. Se ele já faz isto em espanhol, inglês, francês e italiano, em português vai levar a arte do insulto a níveis nunca antes alcançados.

Para tanto, numa linguagem de seu conterrâneo Luiz Vaz de Camões, não lhe faltam o engenho e a arte.

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