Potência no vôlei corta investimentos e crise no Brasil preocupa bicampeã olímpica, que faz alerta sobre o futuro

Sesi-SP desmonta time, e bicampeãs olímpicas Fabiana e Jaqueline vivem dilema a quatro meses da Rio-2016. Ao LANCE!, Fabiana diz: 'Fico preocupada com o que será o voleibol'

Fabiana participou de lançamento de uniformes olímpicos neste sábado, no Rio de Janeiro
(Foto: Rafael Pereira/LANCE!Press)

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Uma das potências no vôlei nos últimos anos, o Sesi-SP decidiu fazer cortes em seus investimentos no time feminino e disputará a próxima temporada com um time sub-23, dizem informações de bastidores. Caso isso seja confirmado, as bicampeãs olímpicas Fabiana e Jaqueline ficarão sem clube a quatro meses da Rio-2016. Neste sábado, a reportagem do LANCE! conversou com Fabiana em entrevista exclusiva logo após o lançamento de uniformes da Nike para a Olimpíada. A meio-de-rede mostrou-se chateada com o possível rumo do Sesi e demonstrou preocupação com o futuro do vôlei brasileiro.

- Eu fico muito triste (com o possível futuro do Sesi). Vamos ver o que vai acontecer e esperar as medidas que vão tomar. Fico chateada (pelo rumo do Sesi), e isso me preocupa para o futuro, pois daqui a pouco a maioria das atletas será obrigada a sair do Brasil. Muitas empresas não estão querendo patrocinar por conta da crise no Brasil. Eu entendo perfeitamente, acho que isso está mexendo com o país inteiro, mas eu fico preocupada com o que será o voleibol - comentou Fabiana, que afirmou ainda não ter sido procurada pelo Sesi para conversar.

- O Sesi ainda não falou nada comigo, estou sabendo dos rumores pelas notícias via imprensa e mídias sociais. Tenho contrato com o Sesi até maio. Nessa correria de acabar a Superliga e já ter recebido folga, não deu tempo para conversar com o clube, mas acho que eles vão chegar (para conversar), é o mínimo que possa acontecer, de chegarem e conversar comigo.


Medalhista de ouro em Pequim-2008 e Londres-2012, a capitã da Seleção Brasileira revelou ao L! que já tem propostas de outros clubes nas mãos.

- Sinceramente, estou tranquila sobre meu futuro, pois sei que ficar sem jogar eu não vou. É o que eu amo, então em algum clube eu vou me encaixar. Tenho algumas propostas, estou ouvindo algumas ofertas do Brasil e do exterior. Vou estudar aquela que for a melhor, mas agora estou focada nos Jogos Olímpicos. A ansiedade (pela Rio-2016) está aumentando cada vez mais - destacou a atleta, que chegou ao Sesi em 2012.


Atualmente com 31 anos, Fabiana fez uma análise de sua temporada pelo Sesi, que caiu nas quartas de final da Superliga. Ela admitiu que enfrentou dificuldades:

- Foi uma temporada importante para mim, na qual consegui crescer. Trabalhei com uma equipe mais jovem, com algumas meninas que ainda não tinham jogado em um time grande. Então, acho que a gente pôde tocar experiência com essas meninas. (No geral) Tivemos alguns problemas, algo que acontece em toda equipe, mas foi um ano legal. Em termos de jogo, não foi meu melhor ano, mas dentro de quadra tentei ajudar da melhor forma possível, fazendo o que dava para fazer. Foi uma experiência que me deu um grande amadurecimento para minha vida.

Sobre a Seleção Brasileira na Rio-2016, Fabiana sabe bem o que quer: a meta é fazer história com o terceiro ouro olímpico seguido.

- A expectativa para a Olimpíada é a melhor possível. Não tem motivação melhor do que jogar em casa, perto da família e dos amigos. A gente quer entrar para a história com o tri. Sabemos das nossa responsabilidade, das condições da nossa equipe, que temos condições de chegar no topo do pódio. Vamos buscar isso treinando muito - afirmou.

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