Escolha de Tóquio como sede dos Jogos de 2020 está sob investigação por compra de votos. Rio está na mira

Segundo um documento liberado pela agência francesa que conduz as investigações sobre o caso, o ex-presidente da IAAF teria sido responsável por comandar a compra de votos

Lamine Diack (Foto: Fadi Al-Assaad/Reuters)
Segundo investigações, Lamine Diack seria o chefe do esquema de compra de votos (Foto: Fadi Al-Assaad/Reuters)

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Uma nova polêmica cerca a escolha de Tóquio (JAP) como sede dos Jogos Olímpicos de 2020. Nesta quinta-feira, investigadores franceses liberaram um documento que aponta novos indícios de compra de votos para a eleição da cidade, capitaneados pelo ex-presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), Lamine Diack. 

Segundo um trecho da investigação, publicado pela agência de notícias francesa France-Presse, o filho do ex-mandatário da IAAF, Papa Diack, recebeu US$ 2 milhões (quase de R$ 7 milhões) para financiar um esquema de compra de votos para eleger Tóquio em 2013. O valor foi enviado a uma conta em Cingapura, discriminado como: Eleição Jogos 2020 Tóquio.

A empresa a qual o valor foi destinado, a Black Tidings, tinha ligação com o filho de Lamine, e a conta da qual a verba saiu, foi aberta no Japão. Tóquio foi escolhida como sede superando Istambul (TUR) e Madri (ESP) na disputa, e contou com o voto do mandatário da IAAF. Na manhã desta quinta-feira (de Brasília), o governo japonês afirmou que a escolha da cidade foi limpa.

Além de ser acusado de promover o esquema de compra de votos, Lamine Diack já foi considerado culpado de organizar uma série de propinas para livrar atletas flagrados em exames antidoping. Ele e o filho foram banidos do esporte e, atualmente, estão presos.

Segundo um relatório independente da Agência Mundial Antidoping (Wada), redigido durante as investigações do mega esquema para acobertar casos no atletismo, o voto de Diack teria sido comprado por US$ 5 mi (mais de R$ 17 milhões) com o uso do dinheiro de patrocinadores.

"O Sistema Nacional Financeiro francês foi informado de dois movimentos executados em julho e outubro de 2013. O pagamento foi próximo à data de escolha do Comitê Olímpico Internacional à sede dos Jogos de 2020" disseram, em nota, os responsáveis pela investigação, que ainda afirmaram que a empresa que destinou os pagamentos teria lavado dinheiro na França.

Eleição do Rio de Janeiro também está na mira

Não é apenas a escolha de Tóquio como sede dos Jogos de 2020 que está na mira dos investigadores franceses. A eleição do Rio de Janeiro como casa da Olimpíada de 2016 também é citada no documento.

Segundo os investigadores, há suspeita de compra de votos para que o Brasil sediasse a disputa, que terá início em agosto. Porém, nenhuma prova concreta foi divulgada ainda.

O Comitê Olímpico Internacional, inclusive, afirmou que não há nada suspeitas oficiais sobre o possível esquema na escolha do Rio de Janeiro ou de Tóquio como sedes.

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